O fato relevante divulgado pelo Banco Espírito Santo (BES) na noite de quinta-feira, 10, detalhando sua exposição total ao Grupo Espírito Santo (GES), serviu para estabilizar de certa forma o desempenho dos papéis do banco português na Bolsa de Lisboa. De acordo com o comunicado, a exposição total, direta e indireta, do BES ao GES é de 4,465 bilhões de euros. Excluindo-se desse montante a exposição de cerca de 2 bilhões de euros dos clientes institucionais do banco (a quem o BES não responderia no caso de "calote" do GES por serem considerados investidores qualificados e, portanto, "com maior capacidade de avaliação de risco") e à Escom, empresa que o GES alega já ter acertado a venda, a exposição total cairia para 2,036 bilhões de euros, algo que poderia ser absorvido pelo BES. De acordo com o comunicado, o BES tem uma reserva de capital de 2,1 bilhão de euros acima do mínimo regulamentar Common Equity Tier exigido.
As ações do BES, que haviam sido suspensas por determinação da comissão de valores mobiliários portuguesa na quinta, voltaram a ser comercializadas nesta sexta, 11, na bolsa de Lisboa, e fecharam o pregão em baixa de 5,5%, cotadas a 0,481 euro, mas com tendência de estabilização. As ações da Portugal Telecom registraram queda de 1,61%, cotadas em 1,834 euro.
Oi
No Brasil, as explicações do Banco Espírito Santo de que, embora faça parte do mesmo grupo, não tem problemas de solvência ajudaram a melhorar o humor dos investidores em relação aos papéis da Oi na BM&FBovespa. As ações ordinárias (OIBR3) e preferenciais (OIBR4) da companhia recuperaram parcialmente as perdas do pregão de quinta-feira e fecharam o dia em forte alta. As ações OIBR3 encerraram o pregão cotadas a R$ 1,71, alta de 11,04%; enquanto as OIBR4 tiveram alta de 13,38%, cotadas a R$ 1,61.
Rating
No final desta sexta, a agência de rating Standard & Poor's cortou a avaliação de longo prazo do BES de BB- para B+, o quarto nível do patamar de "junk", que implica investimento altamente especulativo. A agência colocou ainda o BES aob vigilância (creditwatch) com implicações negativas.
