A primeira operação brasileira de banda larga residencial via satélite utilizando a banda Ka deveria ter entrado em operação no mês de maio, o que acabou não acontecendo. A empresa que promete o serviço, a Via Sat Brasil, e que tem o uso exclusivo da capacidade em banda Ka contratada pela Media Networks no satélite Amazonas 3, explica que a nova data prevista de operação é meados de setembro. Segundo Antônio Castro, presidente da Via Sat Brasil, o atraso se deveu a uma demora na seleção dos fornecedores e configuração dos equipamentos dos teleportos que serão utilizados pela empresa. Na verdade, a Via Sat está utilizando, mediante contratação, dois teleportos da Telefônica, um no Chile e outro no Texas, EUA. "Houve uma demora além do esperado na definição do fornecedor dos equipamentos de banda base. Mas agora já está definido e o cronograma de estreia do serviço é setembro", diz ele.
Castro explica que o fornecedor é o mesmo que também foi escolhido pela Telefônica na operação em banda Ka no restante da América Latina (Echostar), ainda que aqui no Brasil a Via Sat Brasil e a Telefônica não tenham nenhuma parceria operacional. Esse processo de escolha conjunta é que atrasou um pouco o processo, ainda que as operações sejam separadas. "A única coisa que fizemos foi contratar o teleporto dele, mas pretendemos construir o nosso até 2014", diz. Sabe-se que a Media Networks, que é uma empresa do grupo Telefônica, originalmente ofereceu a capacidade de banda Ka contratada para a Vivo e para a Oi no Brasil, mas não houve interesse, o que deixou a oportunidade para a Via Sat Brasil.
A banda Ka permite operação de banda larga a velocidades de até 18 Mbps via satélite. Trata-se de um serviço sem similar nacional na mesma faixa de custo. Existem operações de banda larga via satélite em banda Ku, mas com equipamentos maiores e custos mais elevados.
Antônio Castro segue entusiasmado, apesar do atraso. Diz que dos três feixes que tem contratado para o Brasil, praticamente um deles já estaria totalmente ocupado, caso as pré-reservas feitas ao serviço sejam efetivadas. "Temos mais de 35 mil clientes que mostraram interesse em ter o serviço, muitos corporativos, com grande demanda", diz ele. As vendas não começaram porque o teleporto ainda não está operacional, diz ele, mas as equipes de instalação no Brasil estão selecionadas e começam a ser treinadas em agosto. Uma parte receberá o treinamento nos EUA. "Como é uma operação muito parecida com a instalação de um DTH, acredito que isso não será um problema", diz ele.
Se instalação não é um problema, tampouco são as necessidades de recursos nessa fase inicial. Segundo Antônio Castro, a Via Sat Brasil não precisa, nesse momento, de parcerias nem de investidores. "Somos pequenos, mas temos bons contratos e estou confiante que o serviço será um sucesso", diz ele. Ele repete planos já declarados a este noticiário de expandir a capacidade e a cobertura no Brasil. "Já estamos fechando mais capacidade para um satélite que subirá em 2015 e estamos negociando também uma capacidade adicional que se tornou disponível para cobrir a região Nordeste já no começo de 2014", conta.