Advogado nega irregularidades no Opportunity Fund

Nélio Machado, advogado de Daniel Dantas, negou para este noticiário as acusações da Polícia Federal de que o Opportunity Fund teria mais de 90 brasileiros entre seus cotistas. A PF apurou fortes indícios de que o Opportunity Fund operou de forma irregular no Brasil, pois aceitou a presença de investidores brasileiros ou residentes no País. Como era um fundo do tipo Anexo IV, o Opportunity Fund era restrito a estrangeiros. Segundo Machado, as acusações não procedem porque o fundo já foi julgado por "órgão técnico gabaritado".
De fato, entre 2001 e 2004, a CVM investigou o fundo e só conseguiu comprovar a presença de um brasileiro, Luiz Roberto Demarco, justamente o autor da denúncia. A autarquia acabou condenando Verônica Dantas, Dório Ferman (ambos presos pela Polícia) e outros ao pagamento de R$ 480 mil. Em 2007 foi a vez de o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) voltar a analisar o caso, a pedido do Opportunity. E em agosto do mesmo ano o órgão reverteu a decisão da CVM e retirou as condenações contra os gestores do Opportunity Fund.

Demarco

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Nélio Machado aproveitou a oportunidade para atacar supostamente o empresário Luiz Roberto Demarco. "Muitas dessas informações advêm de certa criatura que eu não vou declinar o nome, mas que a imprensa sabe quem é. Essa criatura é altamente comprometida com interesses que vem defendendo e patrocinando contra o senhor Daniel Dantas e contra o Opportunity", disse ele. Ao ser indagado por este noticiário se ele se referia a Demarco, Machado continuou sem identificar a pessoa a quem estava acusando e não esclareceu quais são esses interesses: "A melhor referência que eu posso fazer sobre aquilo que eu penso do procedimento dele é não declinar-lhe o nome".

Hard Disk

As novas evidências encontradas pela Polícia Federal partiram da quebra do sigilo do HD do servidor do Opportunity, apreendido em 2004. Machado mais uma vez disse que pretende questionar a varredura no HD, cujo sigilo, segundo ele, estava garantido pelo Supremo. "Nós vamos discutir essa questão do HD, da inobservância da decisão do Tribunal (Supremo) aqui no Tribunal de São Paulo, e se necessário for, no âmbito recursal, chegaremos com essa discussão às instâncias superiores", disse ele.

Depoimento

Como previsto, Dantas permaneceu calado no depoimento que prestou nesta sexta-feira, 11, na sede da Polícia Federal. "Daniel Dantas, por não conhecer a integralidade da investigação, inclusive ele não teve acesso a nenhuma degravação, a nenhuma interceptação telefônica, ele se recusou a prestar declarações por minha expressa recomendação", disse o advogado.
Machado já está com as 6 mil páginas do processo em mãos, mas disse que não teve tempo de ler todo o documento e que, além disso, preferiu trabalhar na nova soltura de seu cliente. O advogado de Dantas queixou-se mais uma vez que não teve acesso pleno aos autos do processo e que não sabe se essas 6 mil páginas contêm tudo o que foi apurado pela PF. A expectativa é que seja convocado um novo depoimento para a próxima quarta-feira, 16. Dantas só deverá falar quando seu advogado julgar que enfim teve acesso a todas as informações levantadas pela PF.

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