O celular foi o meio responsável por três em cada quatro operações bancárias realizadas por brasileiros em 2024. Inclusive, o mobile banking (acesso ao banco por meio de dispositivo móvel) cresceu 15% no ano passado e habilitou 155 bilhões transações, o equivalente a 75% do total das movimentações financeiras no País (208,2 bilhões transações).
Levando em conta o Internet banking (acesso ao banco por meio da página na Internet), os canais digitais representaram 82% das transações bancárias em 2024, ampliando em dois pontos percentuais a participação em relação a 2023 (80%).
A fatia dos canais físicos (agências bancárias e autoatendimento), por sua vez, caiu de 7% para 5%, enquanto maquininhas de pontos de venda (POS) foram responsáveis por 13% das transações, percentual inalterado na comparação anual.
Os dados são da 33ª edição da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, realizada pela Deloitte e divulgada nesta quarta-feira, 11, durante o evento Febraban Tech 2025, em São Paulo.
O levantamento também mostra que o correntista tem utilizado cada vez mais o celular. Em média, cada usuário fez 55 operações (financeiras e não financeiras) mensais pelo mobile banking em 2024, contra 48 movimentações no ano anterior.
"Além de utilizar mais o mobile, ele [correntista] usa mais vezes durante o mês, tanto em transações com movimentação financeira quanto sem movimentação financeira", afirmou Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa da Febraban, em coletiva de imprensa.
Os dados ainda apontam que o mobile banking tem sido impulsionado por clientes pessoa física (PF), que representaram 92% das operações bancárias usando o celular, em alta ante o ano anterior (90%). No caso das pessoas jurídicas (PJ), o Internet banking ainda é o meio mais usado, envolvendo 79% das movimentações bancárias.
Pix
A pesquisa da Febraban evidencia o crescente uso do dinheiro em formato digital. Analisando apenas o uso do celular, o Pix cresceu 41% no ano passado, somando 24,7 bilhões de operações. Pagamentos de contas (+32%) e depósitos (+70%) também avançaram pelo mobile banking, ao passo que transferências via TED tiveram queda de 36%.
Vale notar que todas as operações (saques, depósitos, transferências e pagamentos de contas) tiveram queda em canais físicos (agências e autoatendimento) em 2024. No Internet banking, por sua vez, o Pix (+20%), os depósitos (+70%) e as transferências (+21%) cresceram, mas foi um canal menos utilizado para quitação de contas (-5%).
Na coletiva, a diretoria da Febraban ressaltou que o número de "heavy users" do Pix – pessoa física que faz mais de 30 operações por mês e jurídica, mais de 50, tanto para envio quanto para recebimento – teve alta de 38% em 2024, alcançando 65,4 milhões de usuários.
"O crescimento do mobile banking se explica pelo investimento em tecnologia feito pelos bancos", destacou Mulinari. Segundo a Febraban, o setor bancário investiu mais de R$ 42 bilhões em tecnologia no ano passado. A expectativa é de que esse número suba para R$ 47 bilhões neste ano.