Reguladores correm para liberar mais espectro para 5G e Wi-Fi 6

A Cisco prevê uma convergência na infraestrutura e na rede de acesso com a chegada do 5G e o Wi-Fi 6. Conforme comentaram especialistas durante a 30a edição do Cisco Live, evento que acontece nesta semana em San Diego, nos Estados Unidos, o movimento dos reguladores é de justamente prover maior capacidade possível para as novas tecnologias.

Para o CTO da divisão de redes móveis da Cisco, Matt MacPherson, há um caminho de convergência na conversa de espectro, sobretudo com o caminho que a agência reguladora norte-americana Federal Communications Commission (FCC) tem tomado na liberação de mais frequências. "Tem muitos mercados indo para 34 GHz, não apenas na faixa de 28 GHz. Tem o conceito do espectro nesses intervalos, e isso está acontecendo no mundo todo: o CBRS em 3,5 GHz nos EUA, enquanto na Alemanha tem de 3,7 GHz e na Offcom (do Reino Unido), tem de 3 GHz a 4,2 GHz", analisa. Para ele, essas novas faixas vão proporcionar novos tipos de modelos de negócio, inclusive com redes privadas, com espectro dedicado a indústrias, conceito que é comum entre os executivos da Cisco.

MacPherson entende que é difícil obter novo espectro, um processo que pode durar mais de uma década. Por isso, destaca o uso compartilhado e, em especial, o movimento dos reguladores de liberarem mais capacidade para o serviço móvel. "As coisas que estão acontecendo é que a FCC e outras agências estão disponibilizando mais. A ideia de que a FCC está abrindo toda a faixa de 6 GHz de espectro não licenciado é de se espantar, eles estão chamando a inovação e abrindo novas possibilidades", declara, citando a banda destinada ao uso do Wi-Fi 6.

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Para o executivo, o uso da tecnologia de espectro não licenciado ainda vai continuar por um bom tempo, embora não seja a solução para todos os casos. "O custo por bit da densidade do Wi-Fi é muito baixo", destaca. "Há 124 milhões de redes Wi-Fi no mundo, e em poucos anos, serão 150 milhões. Hoje, 80% do tráfego é carregado pelo Wi-Fi. Ainda assim, ele não é onipresente, não vamos conseguir prover todos os serviços por esta rede".

ROI

O vice-presidente da Cisco Enterprise, Gordon Thomson, acredita que o momento com o 5G e o Wi-Fi 6 é diferente do que aconteceu há dez anos, quando o 4G provocou uma mudança social com a chegada dos smartphones. "Desta vez, está completamente diferente: não é a sociedade que está guiando a mudança, é o corporativo que está abraçando a hiperconectividade", declara. CTO da divisão de Service Provider Networking da fornecedora, Michael Beesley diz que o 5G deverá guiar a inovação em busca da melhor rentabilidade em cima do investimento. "Somos dirigidos por uma inovação em busca de mudar a equação da quantidade de Capex necessária para levar à densidade de equipamentos e redes de transporte", afirma. Para isso, diz que as soluções são levar elementos de rede à nuvem, como o packet core e os serviços do assinante. "A chave é garantir a proposição de valor e os modelos de negócio", diz.

(*O jornalista viajou a San Diego a convite da Cisco)

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