Em carta aberta conjunta, nove empresas europeias de telecomunicações pediram que líderes da União Europeia (UE), do Reino Unido e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reforcem a cooperação para a proteção dos cabos submarinos do continente. O documento foi divulgado na última quinta-feira, 10.
Como pano de fundo dessa solicitação, está o temor em torno de ataques à infraestrutura na região – preocupação que escalou principalmente por conta dos incidentes e suspeitas de sabotagem contra cabos no Mar Báltico e no Mar do Norte.
No documento, as empresas sugerem o desenvolvimento de rotas adicionais (tanto terrestres quanto submarinas) e a simplificação "de processos de licenciamento". Isso serviria para aumentar a redundância e reduzir a vulnerabilidade a pontos únicos de falha. As signatárias também pediram a ampliação dos instrumentos de financiamento para o setor, bem como do orçamento dedicado ao digital.
"É essencial garantir coletivamente o nível adequado de triagem de segurança, proteção e investimentos em resiliência. Os impactos de danos a cabos submarinos estendem-se muito além da Europa, afetando potencialmente a infraestrutura global de Internet e energia, comunicações internacionais, transações financeiras e serviços críticos em todo o mundo", afirmaram os signatários.
O documento foi assinado por nove gigantes de telecomunicações: Alcatel Submarine Networks, GlobalConnect, NKT, Orange, Proximus, Telecom Italia Sparkle (do Grupo TIM), TEF, Telenor, Vodafone.
Contexto
Em janeiro, a Otan anunciou o reforço da defesa de cabos submarinos no Mar Báltico, após alguns incidentes que levantaram suspeitas de uma sabotagem envolvendo infraestruturas desse tipo na região. A missão para aumentar a vigilância na região inclui navios de guerra, aeronaves de patrulha marítima, submarinos, satélites e até drones de vigilância.
A preocupação não parou por ali. No final de fevereiro, a União Europeia iniciou um plano de resiliência para cabos submarinos – com atenção especial aos países da região do Mar Báltico. O texto foi assinado pela Comissão Europeia, braço executivo do bloco, e pelo Alto Representante da UE para Negócios Estrangeiros.