Estão na pista certa os analistas de mercado que acreditam que a Telemar poderá, após a eventual compra das preferenciais, cujo projeto foi anunciado na terça, 10, fazer uma oferta pública de ações da Telemar Participações S/A (que é a empresa que comprará as ações e onde estão hoje os controladores, como BNDES, GP, Andrade Gutierrez, La Fonte, Banco do Brasil, além dos que hoje estão afastados do controle: fundos de pensão, Citibank e Opportunity). Essa hipótese está, segundo fontes gabaritadas, no estudo feito para embasamento da operação proposta. É uma das possibilidades aventadas em caso de dificuldades de refinanciamento ou piora nas condições operacionais. É, aliás, a principal opção, rendendo, segundo estimativas dos consultores, cerca de US$ 2 bilhões à Telemar Participações. É isso que se projeta como resultado de um IPO.
Também acertam os analistas que vêem a manobra da Telemar como uma tentativa de fortalecer a posição dos controladores. Essa é uma das estratégias a médio e longo prazo, de forma a permitir a saída futura a mercado. A possível compra ou fusão da BrT é tratada, segundo as análises feitas, como um segundo passo, dependendo de um estudo em relação às resistências políticas, legais e regulatórias.
Preocupação
Como já adiantou este noticiário, existe uma grande preocupação, pelo menos por parte de alguns dos acionistas, sobre a possibilidade de uma eventual tomada hostil do controle da companhia. Segundo um dos acionistas da Telemar, o grupo Opportunity está se movimentando em conjunto com fundos de private equity e busca apoio dos fundos de pensão para aquisição da participação de pelo menos um dos atuais sócios controladores (aposta-se que o GP seja o alvo). Se a operação for combinada com uma venda da participação dos fundos e Citibank na Brasil Telecom, a parcela dos fundos na Telemar, somada à parcela que o Opportunity tem, poderiam dar ao comprador poder de controle sobre a companhia. Entre os advisors da Telemar, há quem diga que a Orascom poderia entrar nessa operação, significando inclusive a volta indireta de Dantas ao setor, já que tudo indica ser ele o agenciador das manobras da Orascom no Brasil, ao lado de Naji Nahas.