A Telebras participou nesta terça-feira, 11, do evento Satellite 2025, principal encontro mundial do mercado de satélites. E a mensagem da estatal brasileira foi: se quiserem fazer negócio no Brasil, nos procurem.
Daniel Laguna, gerente de parcerias da Telebras, participou de um painel que discutia o papel da conectividade em regiões remotas, mas o debate caminhou para uma discussão sobre soberania, acesso a mercados globais e o papel de políticas públicas no mercado de satélites.
E nesse sentido, disse ele, a Telebras é hoje o braço do governo no mercado, o que de alguma maneira pode ajudar as empresas privadas que querem atuar no Brasil a superarem as preocupações sobre soberania, dependência tecnológica e acesso a serviços estratégicos.
"A Telebras é o governo, então fica mais fácil para que operadores atuem em parcerias conosco. Às operadoras que queiram operar e ampliar os negócios no Brasil, a Telebras está aqui para ajudar", disse o executivo no painel.
Em conversa com este noticiário, ele disse que hoje a Telebras tem mais de 40 parcerias de serviços de valor adicionado fechadas com diferentes empresas na oferta de serviços a governos, e que está em conversas com as principais empresas de satélites.
Além das parcerias para o Gesac, o Brasil tem um memorando de entendimento com a China e outro com a Espanha na área de satélites, e já há conversas com Telesat/Lightspeed, Amazon/Kuiper e com a constelação europeia IRIS2, diz Laguna.
Soberania
Durante o painel, o executivo reconheceu a importância de o Brasil ter uma posição soberana em relação ao seu satélite estratégico (SGDC). Há cerca de um ano o governo discute um decreto para criar o Sistema de Satélite de Defesa e Comunicação, que deverá definir as diretrizes para a substituição do SGDC (cuja vida útil vai até o final da década).
"Hoje, quando falamos de um satélite soberano, é difícil falar de algo diferente de um satélite geoestacionário, porque as constelações de órbita média e baixa são necessariamente globais, mas podemos trabalhar em parcerias".
A Telebras quer justamente que as empresas que queiram vender para o governo ou atender políticas públicas no Brasil se aproximem da estatal, que tem a prerrogativa de ser por lei a fornecedora prioritária para o governo, para que possam ser desenvolvidas soluções conjuntas.