Para CEO da SES, mercado de satélites requer investimentos em inovação

Adel Al-Saleh, CEO da CES, durante a Satellite 2025. Foto: TELETIME

O CEO da operadora de satélites SES, Adel Al-Saleh, disse nesta segunda-feira, 10, que a aquisição da Intelsat deve ser concluída no segundo semestre do ano, repetindo projeção que já havia sido dada a analistas de mercados. Ele mostrou otimismo com a operação e indicou que esse é o melhor caminho para o mercado de satélites ter a escala e a competitividade necessária para fazer frente ao novo perfil de competidores.

"Há um ano, quando cheguei, me pareceu claro que o mercado  de satélites, a exemplo do que aconteceu no mundo de tecnologia, poderia ser dominado por hyperscalers [empresas com capacidade de crescer sem ter as mesmas limitações econômicas de seus concorrentes]", disse ele durante a Satellite 2025, principal evento do mercado de satélites que acontece esta semana em Washington.

"Para sobreviver, precisamos mudar o jogo, desde da abordagem vertical e também em ter capacidade de ampliar a nossa rede e a nossa infraestrutura. Do ponto de vista financeiro, essa transação entrega sinergias, porque as duas companhias são muito parecidas, e com isso a gente vai investir muito em R&D todos os anos. Se precisássemos pegar dinheiro emprestado para investir em R&D não iria funcionar. Porque estamos em um momento em que o investimento em inovação tem que ser alto, todos os anos, e com nossos próprios recursos", defendeu Adel, em sua participação no evento.

Notícias relacionadas

Inovação

Ele pontuou que este novo momento da indústria empurra os operadores tradicionais de satélites a inovarem na oferta de soluções, e não de capacidade. "Isso não quer dizer ir direto aos clientes e abrir mão dos parceiros. Ao contrário, contamos com os parceiros para trazer mais soluções inovadoras para os nossos clientes". 

Para o CEO da SES, está ficando claro que, a despeito dos impactos iniciais da competição com a Starlink, todo o mercado está ganhando. "No mercado de cruzeiros, por exemplo, temos parcerias com a Starlink, mas o que ficou evidente é que o mercado está crescendo para todas as soluções de conectividade e todas as órbitas. Nunca houve tantos navios conectados com tanta banda sendo demandada, e existem momentos certos para cada solução (LEO, MEO e GEO). E todos estão crescendo", disse.

Em vez de falar em soluções multi-órbita, ele prefere falar em Hybrid Space Architecture -, que é o conceito de multi-órbita mas em funcionamento pleno, sem interrupções, e ainda somado à capacidade terrestre. 

Ele ainda comentou o momento delicado enfrentado com a constelação O3b mPower, cujos primeiros satélites da segunda geração sofreram com um problema crônico de energia, mas mostrou confiança com os novos satélites que estão sendo colocados para complementar a operação e com a capacidade que a operação mPower terá assim que a constelação for contemplada.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!