Publicidade
Início Newsletter Google: PL das fake news não combate desinformação e afeta segurança da...

Google: PL das fake news não combate desinformação e afeta segurança da Internet

Da forma como está o projeto de lei (PL) 2.630/2020, conhecido como PL das Fake News, o texto poderia mais facilitar a disseminação de desinformação do que combatê-la. Essa avaliação é de Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, em posicionamento divulgado na madrugada desta sexta-feira, 11, por meio de carta aberta na imprensa.

Segundo Coelho, além de disseminar mais desinformação pela Internet, o texto que está em vias de ser aprovado na Câmara dos Deputados poderia tornar mais difícil o alcance de público dos veículos de comunicação de todo o País, tornando os produtos hoje oferecidos pela big tech menos seguros para os seus milhares de usuários brasileiros e empresas que os utilizam todos os dias.

O executivo aponta que as obrigações previstas no texto atual do PL 2630 deixariam as suas ferramentas de busca menos seguras e mais suscetíveis a abusos e fraudes. Segundo alega a plataforma, a exigência de que sejam divulgadas informações minuciosas sobre como os sistemas funcionam podem prejudicar significativamente a capacidade da big tech de combater abusos e proteger os seus usuários de golpes.

Notícias relacionadas

Divulgar esse tipo de dado não ajudará na luta contra a desinformação. Ao contrário, oferecerá a agentes mal-intencionados um “guia” sobre como contornar as proteções dos nossos sistemas, trazendo prejuízos para a qualidade e segurança dos nossos resultados de busca”, explica Fabio Coelho.

Pagamento de conteúdo jornalístico

Outro problema apontado pelo Google é a obrigação de pagamento pelo uso de conteúdos jornalísticos. A plataforma alega que da forma como está escrito no texto do PL, não fica nítido o que seria conteúdo jornalístico e muito menos o que seria o uso desse tipo de conteúdo.

Além desse problema, o presidente da plataforma também diz que a obrigação pode criar uma vantagem competitiva para os grandes grupos de mídia, pois estes terão a capacidade de fechar acordos comerciais mais favoráveis em função da escala da sua produção e do seu poder de negociação, principalmente quando comparados a veículos menores, locais, mais diversos e inovadores.

Restrição à publicidade

Por fim, Fabio Coelho diz que, se o texto atual do projeto de lei for aprovado, milhares de pequenas e médias empresas no Brasil, terão dificuldades em aumentar suas vendas com a ajuda da publicidade online. “Isso porque o projeto de lei impede as plataformas de publicidade de usar informações coletadas com o consentimento dos usuários para conectar empresas com potenciais consumidores. Dessa maneira, os anúncios digitais podem gerar menos vendas e as empresas pequenas terão de investir mais para alcançar o mesmo número de clientes, ou seja, cará mais difícil para elas prosperarem”, explica Coelho.

Oposição

O Google não é a única grande empresa de tecnologia a apontar críticas ao texto atual do projeto de lei 2.630/2020. Instagram, Twitter, Mercado Livre e Facebook divulgaram uma carta, afirmando que o PL teria se desviado de seu objetivo primordial, que é o combate à desinformação.

Para o relator do texto na Câmara dos Deputados, Orlando Silva (PCdoB-SP), as plataformas estariam chantageando a sociedade com esses posicionamentos. Silva acusou a plataforma de usar “métodos de chantagem, além de colocar o argumento de defesa dos microempresários para esconder seus grandes negócios de publicidade”.

“A crítica destas empresas é porque existe no texto a exigência que elas cumpram as regras de publicidade no Brasil. Elas estão defendendo seus interesses comerciais. O debate está aberto. Podemos ajustar o texto na parte relativa à publicidade, sim. Mas não vai ser na marra. Vai ser no diálogo“, finalizou Silva.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile