Oi reitera que interesse da TIM e da Vivo na consolidação ainda é apenas um primeiro passo

Foto: Pixabay

Ainda na noite da terça-feira, 10, a Oi enviou comunicado em resposta ao anúncio do interesse conjunto da TIM e da Vivo em iniciar tratativas para adquirir a operação móvel da empresa. A operadora confirma que as duas concorrentes enviaram a manifestação de interesse ao assessor financeiro da Oi, o Bank of America Merrill Lynch (BofA), mas deixou claro que isso ainda é um primeiro passo. "Até o momento, contudo, não há qualquer compromisso da Oi ou de quaisquer destes terceiros para a efetivação de tal alienação, nem tampouco foi celebrado qualquer instrumento vinculante a respeito", declarou no fato relevante.

A empresa prossegue a cautela, pontuando que essa pode não ser a única opção. "Embora possa haver futuramente uma evolução de suas análises para um potencial processo formal de negociação, no momento a Oi segue analisando todas as alternativas existentes que possam dar mais eficiência à realização do seu Plano Estratégico, não sendo possível inferir, nesse momento, que potenciais negociações efetivamente cheguem a bom termo e que uma operação de venda seja concretizada."

O grupo também esclarece que as manifestações da TIM e da Vivo ocorrem dentro de um processo de consulta de mercado (market sounding). A Oi explica que já havia comunicado que busca identificar melhor as oportunidades pertinentes aos ativos móveis, e que isso permitirá avaliações preliminares para a tomada de decisão sobre a geração de valor proporcionada por uma potencial venda. "O recebimento dessas indicações não vinculantes iniciais de terceiros confirma a premissa da companhia de que há interesse do mercado em suas operações móveis", diz. 

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Vale lembrar que a tele pretende realizar uma nova assembleia geral de credores (AGC) para discutir aditivos ao plano de recuperação judicial. O Juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro já autorizou a realização, mas precisa ainda conferir a proposta em pauta – que, tudo indica, seria justamente a alienação da Oi Móvel. A empresa tem até o dia 1º de novembro para realizar a AGC.

No mesmo comunicado da noite da terça-feira, a Oi reitera seguir com o plano estratégico e o foco na transformação em "maior provedora de infraestrutura de telecomunicações do País" por meio da expansão da fibra, provimento de soluções para empresas e "preparação para a evolução para o 5G". Neste último caso, a julgar pela evolução do cenário e pela própria intenção da empresa de ofertar backbone e backhaul no atacado, seria uma forma de estar indiretamente no mercado móvel, e não necessariamente com uma rede 5G própria. A companhia ainda enxerga que o plano é voltado para negócios de maior valor agregado e com tendência de crescimento e visão de futuro. 

Contexto financeiro

O interesse conjunto da TIM e da Vivo acontece em um momento de volatilidade, com forte influência na bolsa brasileira. Além da segunda-feira atípica de pânico, as sucessivas altas do dólar e de outras moedas estrangeiras fazem com que o real seja a moeda com maior desvalorização do mundo. Para as duas empresas, com controladoras europeias e baseadas em euro, o momento também parece ser mais interessante. Ficou de fora a América Móvil, que além de ser um grupo mexicano (baseado em pesos, com variação menos intensa em ccomparação ao real), ainda teria outras limitações, como o teto de espectro que já foi atingido em São Paulo e Rio de Janeiro ao adquirir a Nextel. 

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