Os provedores que mais estimulam a adoção do 5G têm duas vezes mais chance de aumentar as receitas, segundo um estudo da divisão ConsumerLab da Ericsson divulgado nesta quarta-feira, 10. Essa mesma prática teria ainda três vezes mais potencial de reter os clientes, conforme o levantamento. Considerando as empresas que já estão investindo em leilões de frequências, a esperança do setor é justamente a de poder aproveitar esse potencial.
O relatório "Pioneiros em 5G" analisou o mercado de 22 países, incluindo o Brasil, combinando dados de satisfação dos clientes, fatos de mercado, maturidade do 5G e estratégias de receitas de 73 operadoras. Desta forma, o estudo dividiu a maturidade das empresas em relação à tecnologia em quatro fases: exploradores, potenciais, aspiracionais e precursores.
Neste último caso, que abrange provedores "mais avançados em definir o ritmo para oferecer a melhor cobertura, desempenho e inovação de classe em 5G, mas que ainda têm espaço para melhorar mais", a empresa achou o maior potencial. Um em cada cinco operadoras nessa categoria de precursoras são "amplamente percebidos pelos consumidores como líderes de mercado" no segmento do 5G para consumidor final, embora não necessariamente sejam os primeiros em participação de mercado.
Essas empresas também têm em comum melhores índices de NPS (Net Promoter Score) em seus mercados, além de contarem com uma média de três serviços de quinta geração para o consumidor, como cloud gaming, vídeo imersivo (AR/VR) e 5G móvel. Um terço dessas operadoras está na Europa, embora as companhias consideradas mais avançadas estejam na América do Norte e Nordeste da Ásia, diz a Ericsson.
Monetização
Metade dos precursores aumentaram a ARPU em 1% no comparativo anual, enquanto apenas um quarto dos demais provedores conseguiu o mesmo resultado. Das operadoras mais avançadas no 5G também, 75% monetizam a base em níveis de velocidade, qualidade de serviço, convergência fixo-móvel e conteúdo empacotado.
Ainda de acordo com o estudo, a cobertura média do 5G é de 75% da população, com velocidades de download de 270 Mbps e disponibilidade média da tecnologia de 14% ou mais. Quase a metade dessas empresas já lançaram acesso fixo-móvel (FWA). E há ainda maior "proatividade" na implantação do 5G standalone (Release 16) e funcionalidades de edge computing.
A Ericsson estima que os serviços 5G aos consumidores têm potencial de gerar US$ 3,7 trilhões em receitas para as operadoras até 2030. "Este relatório descreve que os Precursores 5G que podem demonstrar uma capacidade de adotar novas tecnologias, influenciar a percepção do consumidor e estar preparado para investir e focar na inovação de serviços 5G, já que estão à frente dos concorrentes na corrida por novas oportunidades de receita", declara em comunicado o líder do ConsumerLab na fornecedora sueca, Jasmeet Singh Sethi.