Conclusão do Plano Nacional de Banda Larga fica para a próxima semana

Não será nesta semana que o país conhecerá oficialmente o comentado Plano Nacional de Banda Larga do Governo Federal. A reunião onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateria o martelo sobre a proposta, em gestão há mais de um mês na Casa Civil, deveria ocorrer nesta semana, mas foi adiada para a próxima. O motivo é a agenda do próprio presidente, que estaria ocupada por várias audiências, restringindo o espaço para um encontro longo como deverá ser o de discussão do projeto.
Foi Lula quem estipulou o prazo que espira nesta semana para a finalização da proposta. O presidente deu 45 dias para que a Casa Civil organizasse um grupo de trabalho para executar a tarefa. A estratégia foi organizar dois subgrupos, um de regulação e outro de infraestrutura para discutir o tema. É o material deste segundo grupo que deve ser apresentado mais detalhadamente ao presidente em data ainda a ser agendada entre os dias 17 e 23. Por tratar de eventuais reformas mais amplas, não há a mesma premência para a conclusão do trabalho do grupo de regulação.
O adiamento assegura mais alguns dias para os arremates finais da proposta, mas fontes asseguram que o projeto está bem encaminhado e continua seguindo a linha do que já vem sendo divulgado nos últimos meses pela imprensa. A ideia de usar a Telebrás como gestora de uma nova rede pública de banda larga, composta especialmente por fibras óticas de grandes estatais de energia como Furnas, Eletronorte, Chesf e Petrobras continua firme, apesar das críticas e propostas alternativas de membros do próprio governo.

Notícias relacionadas
Na visão defendida dentro do grupo de trabalho de infraestrutura, o alvo é a rede e não a oferta direta de serviços ao consumidor final. Assim, os defensores dessa linha de ação acreditam que a proposta que vem sendo desenhada pelo Ministério das Comunicações é "complementar" e não uma nova opção para o projeto, como defendem empresas e membros do próprio ministério.
A proposta em elaboração no Minicom está calcada em uma parceria com as concessionárias de telefonia, com alvo em uma oferta de banda larga mais barata para a população a partir da redução de impostos e incentivos públicos. Parte da defesa dessa proposta está no fato de que as redes já existentes devem ser aproveitadas para levar o serviço a todos os cantos do país e que um projeto dessa magnitude não pode ser arcado somente pela administração pública. Dentro da Casa Civil, pouco se sabe oficialmente sobre a sugestão do Minicom, mas a visão geral é de que um projeto não inviabiliza o outro.
O adiamento também deve ser benéfico ao ministério, que ainda não arrematou sua proposta. O trabalho tem sido feito em conjunto com as concessionárias, que ainda não apresentaram ao ministro Hélio Costa uma oferta acabada para o projeto. A expectativa dos empresários é de realizar um encontro com o ministro nesta semana para tratar do assunto. O custo total do projeto também não foi divulgado pelas companhias, que dizem ainda estar trabalhando no fechamento destes números.
De volta ao projeto da rede pública, o processo de convencimento das estatais do setor elétrico a participar do projeto não tem sido tão simples quanto parece. Comenta-se que algumas empresas têm reagido mal à ideia de "ceder" suas fibras para o projeto. O caso mais falado é o da Eletronorte, que teria montado um grupo só para tratar do assunto e não estaria satisfeita com o projeto. A interpretação dos negociadores é que partes do setor elétrico gostariam de entrar no projeto como "provedores" oficiais do governo, garantindo a esse segmento o papel estratégico de cobrar das teles pelo acesso à nova rede. Essa hipótese não ganhou guarida dentro da Casa Civil até agora.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!