Separação de redes impulsiona negócios da British Telecom

A tão celebrada separação da infra-estrutura de redes dos serviços de telecomunicações no Reino Unido foi fruto de uma análise aprofundada do ambiente de competição do país pelo órgão regulador de lá, a Ofcom. Aliado a esse fato está a visão estratégia da British Telecom (BT) que anteviu uma oportunidade de focar-se em novos serviços, livrando-se das amarras de uma rede legada quase obsoleta. ?O resultado de todo esse processo foi um aumento de competição, modernização das redes, inovação e aparecimento de novas empresas e serviços, com tarifas mais atraentes.
Hoje, a prestação de serviços globais representa 60% do faturamento da BT?, afirma Mark Shurmer, diretor do programa de empreendimentos da British Telecom Retail, que esteve nesta sexta-feira, 10, na Amcham, em São Paulo, para uma exposição sobre a experiência da companhia na separação das redes.
?Com a separação das redes o objetivo da Ofcom foi ampliar a competição além de incentivar a atuação da BT em diferentes mercados de forma competitiva com outras empresas, tendo como objetivo baixar custos para o cliente?, diz Shurmer.

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A iniciativa que começou em junho de 2005 já coleciona resultados positivos. A Openreach, dona da infra-estrutura, investiu 10 bilhões de libras na atualização da rede, que passou a ter uma infra-estrutura IP moderna. ?O investimento médio anual é de 1 bilhão de libras?, destaca Shurmer. A criação da Openreach, que administra em torno de 300 milhões de chamadas por dia, conta com 85 bilhões de libras de ativos e 45 bilhões em rendimentos projetados, ficou ?liberada? para comercializar suas redes para outras empresas. Isso resultou no surgimento de 20 novos concorrentes na área de acesso local e banda larga. Com isso, o número de chamadas de acesso local aumentou em 1 milhão. ?Cresceu o número de concorrentes mas o mercado também cresceu?, diz Shurmer. Nesse movimento a empresa perdeu 2% de market share (ficando com 30% do mercado de banda larga). ?Mas ampliamos o número de usuários?, diz.
O movimento de separação das redes valorizou a companhia no mercado de ações com um crescimento de 0,10 a 0,15 libras por ação. ?O mercado valorizou o movimento acreditando no potencial da empresa em prover infra-estrutura para novos clientes?, explica o executivo.
Ele descreve o movimento vivido pela BT como ?um programa ambicioso e emocionante de transformação das comunicações?. Entre os planos para o futuro Shurmer destaca que a empresa vai oferecer infra-estrutura de banda larga no atacado em 2007.
Hoje a Openreach tem 4 bilhões de libras de receita com crescimento de 1% no trimestre, ou seja, a receita da companhia é crescente.

Tarifas e universalização

Quanto as tarifas, a Ofcom continua fornecendo parâmetros de preços para a oferta no atacado, enquanto os preços no varejo são desregulados, ou ?regulados pela concorrência?. Sobre a universalização, Shurmer destacou que a empresa é obrigada apenas a prover telefonia fixa básica em todo o país. A BT também pode operar em todos os mercados de comunicação (incluindo broadcast) com uma licença única de comunicação, oferecido por um único órgão regulador (a Ofcom). A empresa já iniciou sua oferta de IPTV.

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