Maior vencedora do leilão reverso de cobertura móvel realizado pela EAD e cujos resultados foram divulgados nesta semana, a Brisanet vê sinergias entre as áreas que serão atendidas na política na iniciativa e o projeto móvel em curso na empresa.
Ao TELETIME, o CEO e fundador da Brisanet, José Roberto Nogueira, destacou que a operadora arrematou todas as localidades possíveis em áreas onde possui licença móvel (Nordeste e Centro-Oeste). O empresário participou nesta semana do evento Futurecom 2024, em São Paulo.
A Brisanet apresentou a melhor proposta em 52 localidades das 59 áreas desatendidas em jogo, sendo declarada vencedora nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Pernambuco. A maior parte das localidades está no Maranhão: são 40.
Segundo Nogueira, a ativação dos serviços em solo maranhense não estava na programação imediata do projeto móvel. Contudo, a oportunidade de ter implementação e custos operacionais bancados pela política pública foi considerada atraente.
As novas estações rádio base (ERB) podem até ficar "isoladas" em um primeiro momento, mas logo gerarão sinergias ao serem integradas à rede móvel em construção no Nordeste, indicou o CEO.
Nos moldes do leilão reverso operacionalizado pela EAD, as operadoras indicaram um valor com o qual fariam a instalação das ERBs nas localidades desatendidas. Vencia quem oferecesse o menor valor, que será bancado com recursos remanescentes do leilão do 4G. Estão previstos novos leilões no modelo.
A Brisanet receberá R$ 56 milhões dos R$ 64 milhões homologados no piloto. Os preços pleiteados pela operadora cearense podem ser considerados agressivos: entre R$ 900 mil e R$ 1,2 milhão por ERB, com exceção de duas localidades onde o valor foi de R$ 1,5 milhão (uma delas em Maracaju, no Mato Grosso do Sul).
No local em que venceu em Minas Gerais, a TIM pleiteou R$ 1,8 milhão para a instalação da ERB. Já a outra vencedora do projeto – a Ligga/Sercomtel – propôs valores entre R$ 800 mil e R$ 1,2 milhão nas suas seis localidades, em linha com os valores aprovados para a Brisanet.
Esteira própria
Segundo Nogueira, a esteira própria de construção e implementação de torres desenvolvida para o projeto móvel no Nordeste deve facilitar a execução dos compromissos no preço oferecido. A empresa também "pré negociou" terrenos nas localidades, já de olho na implementação das novas estações.
Assim, o prazo de 90 dias para instalação das torres é considerado "no limite", mas possível de ser atendido. A Brisanet iniciará as implementações a partir do espectro de 2,3 GHz e já instalará rádios 4G/5G nas localidades.