Brasil lidera participação de torreiras independentes na América Latina

Foto: Pixahive

Com 75% das torres de telecom detidas por operadoras independentes (as chamadas torreiras), o Brasil é o mercado da América Latina com maior presença de players do segmento. No entanto, políticas públicas ainda são consideradas necessárias pela cadeia para ampliação da infraestrutura no País.

A conclusão é de estudo elaborado pela Telecom Advisory Services, realizado em 2022 para a SBA Communications e atualizado neste primeiro semestre de 2024. O material estima que a América Latina conta com 217 mil torres, sendo 107 mil detidas por empresas independentes (cerca de 49%).

Especificamente no Brasil, foi estimado um universo de 73 mil torres de telecom no primeiro trimestre do ano (número abaixo de outras estimativas do mercado). Destas, 54 mil pertenceriam às operadoras independentes (75%). O outro um quarto segue detido pelas próprias operadoras móveis (7 mil) ou por empresas de torres diretamente ligadas a estes grupos (11,7 mil). 

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Demais países considerados líderes na presença de empresas independentes na região são Chile e Costa Rica. Já na outra ponta estão países como a Argentina, onde a fatia das torreiras é de 9% (veja quadro abaixo).

País% das torreirasNicarágua44%
Brasil75%El Salvador43%
Chile63%México40%
Costa Rica51%Peru38%
Colômbia48%Guatemala13%
Equador47%Argentina9%
Panamá45%Honduras3%

Fonte: Telecom Advisory Services

Avanços

Ainda assim, com a chegada do 5G e a demanda de conectividade para a população de uma forma ampla, a avaliação é que o número de estruturas precise se multiplicar nos próximos anos. No Brasil, a Telecom Advisory aponta que podem ser necessários mais 240 mil sites até 2030 (3,7x a base atual), inclusive para instalação de small cells.

Para tal, a consultoria aponta ser este o momento necessário para a adoção de novas abordagens regulatórias. "Se há um bom momento para acertar as políticas públicas, é agora", afirma o relatório – que também aponta as torreiras como eventuais parcerias estratégicas das teles em meio à transformação digital.

Assim, é demandada uma regulamentação que traga, entre outros aspectos, incentivos para o compartilhamento de infraestrutura no setor de telecomunicações. Neste sentido, o estudo citou como um "problema" a derrubada no Brasil das regras que exigiam distância mínima entre torres de telecom.

O assunto, vale lembrar, voltou a ser questionado pelas torreiras no STF. Até 2021, as torres precisavam ter distância mínima de 500 metros entre si, como forma de incentivar o compartilhamento. 

Por outro lado, o estudo da Telecom Advisory Services também reconhece que o Brasil teve avanços recentes nas regras para o segmento. Entre elas, a harmonização de regras em nível nacional, o baixo custo para licenciamento de antenas em muitas cidades e regras mais simples para small cells. 

Impacto

O estudo que TELETIME teve acesso ainda reiterou que países da região com um setor de operadoras independentes mais dinâmico contam com melhores índices de conectividade sem fio – seja em termos de cobertura, qualidade ou custo. 

"Um aumento de 10% no número de torres independentes em qualquer país da América Latina leva, no mínimo, a um aumento de 0,96% nos níveis de cobertura 4G; está causalmente ligado a um aumento de 0,51% nos níveis de adoção da banda larga sem fio; e está associado a um aumento de 2,05% nos níveis de qualidade de serviço (medido pela velocidade de download da banda larga móvel)", apontou o modelo construído pela consultoria. 

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