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VOD cresce em importância (e receitas) para operadores de TV paga

Não são apenas as empresas de Internet e os provedores de conteúdos over-the-top (OTT) que estão se beneficiando do crescimento do mercado de conteúdos sob demanda. Também os produtores de conteúdo para plataformas tradicionais e os próprios operadores de TV paga estão vendo um crescimento vertiginoso de suas próprias plataformas de vídeo on demand (VOD), e algumas previsões já apontam para a possibilidade de que em no máximo cinco anos a audiência dos conteúdos não-lineares superará a do conteúdo linear. O modelo, que lançou o Netflix ao estrelato e fez muitos analistas cravarem o fim da TV, parece não ter um único dono, a julgar pelos dados mais atuais mostrados durante os debates do IBC 2015, principal evento de TV da Europa, que acontece esta semana, em Amsterdã.

Para Joan Gillman, COO da Time Warner Cable (TWC) Media e responsável pelo desenvolvimento da plataforma de VOD da segunda maior operadora de TV a cabo dos EUA, a realidade dos serviços sob demanda oferecidos pelas operadoras de cabo nos EUA não poderia ser mais promissora. Hoje, cerca de 70 milhões dos assinantes de pay TV dos EUA (ou 70% da base) usa frequentemente serviços de VOD das próprias operadoras. Existem 41 milhões de assinantes do Netflix, quase todos assinantes das operadoras de TV paga. E a audiência do conteúdo sob demanda cresceu 16,4% só no ano passado, contra uma queda de 8,9% na audiência de conteúdos lineares. Além disso, a oferta de conteúdo sob demanda para as plataformas das operadoras cresceu 68%, contra uma queda de 29% no inventário do Netflix.

Gillman lembra que VOD não é algo novo. As primeiras operações comerciais nos EUA datam do final da década de 1990, mas apenas recentemente a tecnologia atingiu o grau de maturidade e se tornou integrada com as redes de banda larga para entrega sobre IP. “O Netflix lançou o modelo que consagrou o serviço em 2007, e foi a partir daí que o modelo ficou mais claro”, diz ela. Hoje, vídeo sob demanda está se tornando um negócio efetivamente promissor como fonte de receita. Existem vários modelos sendo testados, como os modelos operados diretamente pelos canais, como o HBO Go (US$ 15 por mês) e o CBS All Access (US$ 6 por mês), ou modelos das próprias operadoras de TV paga, como o Sling TV da Echostar (US$ 20 por mês), ou ainda serviços competitivos de novos entrantes, como o da Sony no console de videogame Play Station (US$ 50) ou Apple (US$ 25 por mês), sem falar dos modelos de subscription VOD Netflix, Amazon e Hulu.

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Bancados pela publicidade

Segundo a executiva da TWC, hoje 71% dos conteúdos em VOD são suportados por publicidade e isso está crescendo ano a ano, o que mostra um caminho distinto para os serviços das operadoras de TV paga em relação aos serviços OTTs, que não têm (ainda) publicidade. “O importante é entendermos que, do ponto de vista do consumidor, não existe VOD e TV linear. É tudo TV”, diz Joan Gillman. “Em cinco anos”, diz ela, “as pessoas assistirão a mais conteúdos de forma não-linear ou online do que a canais lineares”. Para Thomas Bremond, diretor da FreeWheel, uma empresa especializada em tecnologias de publicidade programática, esse tempo deve ser ainda menor, de apenas dois anos.

Essa realidade já está mudando a realidade da publicidade. Só neste ano a receita de publicidade em VOD deve ser de US$ 521 milhões, diz ela. Também nos dispositivos de consumo está havendo uma mudança importante. Hoje, o público entre 18 e 34 anos assiste a menos TV em televisores tradicionais do que outras faixas etárias e, paralelamente, consome mais vídeo por smartphones, tablets e outros dispositivos conectados.

Para a emissora inglesa Channel 4, que foi uma das primeiras empresas de TV do Reino Unido a colocar seus conteúdos na Internet, em 2016 10% das receitas já virão das plataformas online e não lineares, segundo Jonathan Alla, diretor da empresa. Inicialmente, o modelo da Channel 4 usava plataformas como o YouTube para distribuir os conteúdos online, “mas as vantagens e desvantagens do modelo nos fizeram mudar para uma plataforma própria e isso tem sido mais interessante”, disse ele.

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