Governo diz que País nada tinha a ganhar com eliminação de tarifas de eletrônicos

O Brasil não tinha nada a ganhar, do ponto de vista do comércio exterior, se aderisse ao acordo firmado na Organização Mundial do Comércio (OMC) para a eliminação de tarifas para a importação de produtos e componentes eletrônicos. É o que afirma o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Paulo Estivallet de Mesquita, que participou nesta quinta-feira, 10, de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado. Ele disse que o acordo foi acertado entre os grandes fabricantes, EUA e China, e não houve negociação com os demais países. "Não foi dada nem a possibilidade de incluir ou tirar produtos da lista", ressaltou ao enfatizar que o Brasil não teria nenhuma vantagem assinando o acordo.

Para o secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Virgílio Almeida, a adesão ao acordo traria impactos negativos para a arrecadação do governo, com perdas estimadas em R$ 30 bilhões. Além de ter o poder de enfraquecer a Zona Franca de Manaus, a pesquisa nesse setor e as fabricantes de produtos nacionais. "Criaríamos vulnerabilidades para um setor que é considerado estratégico para o País e que representa de 6% a 7% do PIB", disse.

Segundo o diretor do Departamento de Negociações Internacionais da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Márcio Lima, os termos do acordo prejudicam a indústria nacional, que perderia competitividade em função dos custos de produção, que são impactados pela legislação trabalhistas e pela carga tributária. "É uma realidade muito diferente do que a enfrentada pelo maior fabricante e uma das idealizadoras do acordo, a China", salientou.

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Já o gerente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Daniel Antunes, afirmou que a tarifa média do imposto de importação dos produtos eletrônicos no Brasil está em 12%, o que não representa qualquer barreira comercial. Segundo ele, a indústria nacional não teria como competir se as taxas fossem eliminadas.

Dos 161 países que fazem parte da OMC, 54 assinaram o acordo em julho. Serão eliminadas tarifas para a importação de 201 produtos e componentes eletrônicos, de videogames a semicondutores.

3 COMENTÁRIOS

  1. De fato, o "Brasil não tinha nada a ganhar"! Realmente quem irá ganhar serão os 54 países e seus consumidores, que terão acesso a equipamentos de de última geração a preços acessíveis (menos tributado). Como sempre, ficamos a margem das coisas; o brasileiro se quiser, ou paga mais ou viaja para os EUA e trás de lá. A indústria nacional não precisa de competição, é prejudicial!

  2. O Brasil perderá em produtividade e competitividade com a indústria internacional…só isso! À médio e longo prazo isso representará um prejuízo muito maior que R$ 30Bi. Se apenas 2 países levarão vantagem, o que levou aos outros 52 assinarem? Acho muito vago essas declarações. Cadê os estudos? Por que uma análise econômica desses decisões não são publicadas para avaliação geral?

  3. Quem é brasileiro e mora aqui já deve ter percebido que as ações governamentais, tem como base proteger a economia interna do país sem a mínima intenção de desenvolvê-la e torná-la competitiva aos olhos do mundo globalizado e sim a preocupação de arrecadar altos impostos (Pra quê mesmo?). Justificativas como estás por dirigentes que não tem perfil para ocupar seus cargos e apenas estão lá para cumprirem ordens do planalto não fomentam as ciências tecnológicas que é com toda afirmação o que vem movimentando as economias globais. Cadê nossas indústrias de chips, cadê nossos centros de pesquisa para desenvolverem novas tecnologias, se o país não sair dos comodites, está fadado a ser um grande anão economico.

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