Receitas de telecom desaceleram na América Latina

A J.P. Morgan avaliou a tendência dos maiores mercados latino-americanos de telecomunicações no segundo trimestre, observando um crescimento do Brasil, México e Argentina, embora ainda menor do que a inflação. Entretanto, segundo o relatório publicado nesta terça-feira, 10, o setor de telefonia móvel brasileiro é o único que não tem mostrado uma melhora em relação ao primeiro trimestre de 2013.

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No segundo trimestre, a receita do mercado de telefonia móvel brasileiro cresceu 4,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, abaixo da inflação no mesmo intervalo (por volta de 6,5%) e pelo quinto trimestre consecutivo. Segundo a J.P. Morgan, isso aponta para um "alto nível de maturidade do mercado", também considerando queda de 8% nos preços de interconexão e "preços deflacionados" nas assinaturas. Por outro lado, o consumo de dados cresceu 23% no total, com destaque para o desempenho da Vivo, que agora tem crescimento por volta de 25% junto com a TIM. Entretanto, as receitas de voz continuam a desacelerar, com todas as empresas que abrem essa informação (Claro, Vivo e TIM) com "desempenho estável ou em queda".

Na região, o maior mercado de serviços móveis em receitas é, de longe, o Brasil, com US$ 7,213 bilhões estimados pela empresa, seguido de México (US$ 4,023 bilhões) e Argentina (US$ 2,127 bilhões). Em número de assinantes móveis (269,5 milhões em junho), o Brasil também é o maior da América Latina. Entretanto, em margens de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o País registrou média de 26%, à frente apenas do Chile (com 12%) e atrás de Colômbia (44%), México (36%), Peru (33%) e Argentina (28%).

O EBITDA total caiu 6% no período, atingindo R$ 8,2 bilhões com a pressão de maiores custos de operações fixas das incumbents (Oi e Vivo), assim como margem de depreciação da Nextel. Essas tendências negativas não conseguiram ser compensadas pelo crescimento de 25% da GVT e da "pequena expansão na TIM e AMX (América Móvil, controladora da Claro, Embratel e Net no Brasil)".

O relatório aponta para a desaceleração no crescimento da base, caindo de 18% no segundo trimestre de 2012 para 3% no mesmo período em 2013. Segundo a análise, a maior parte disso pode ser atribuída à iniciativa de limpeza da base de pré-pagos. Ainda assim, a base de clientes pós-pagos, que geram mais receita, caiu de 18% no 2T12 para 13% no 2T13. Nesse segmento, novamente a Vivo é a que mais cresce, segundo a análise da J.P. Morgan, com taxa acima dos 20%. A operadora que mais cai em pós-pago é a Nextel, com queda de quase 10% na comparação anual.

Serviços fixos

A empresa aponta também para o fato de que as taxas de crescimento das receitas de serviços fixos foram melhores graças ao avanço do segmento de TV paga e de operadoras entrantes, como a GVT. Todos os negócios fixos (telefonia, banda larga e TV por assinatura) representam 45% das vendas de telecom no País, e aumentaram 4% na comparação anual, contra um avanço de apenas 1% no primeiro trimestre. Os analistas da J.P. Morgan destacam que a Oi está "colhendo os benefícios de iniciativas executadas durante o final de 2011 e 2012", enquanto a Vivo está com menos perdas na base e com crescimento na banda larga.

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