A primeira rede HSDPA na América Latina foi lançada pela chilena Entel PCS, em dezembro de 2006. Embora tenha iniciado a operação de redes nessa tecnologia quase um ano depois, o Brasil já é o líder na região em termos de número de assinantes com terminais UMTS. O diretor para América Latina da 3G Américas, Erasmo Rojas, estima que o Brasil represente hoje mais da metade da base de usuários HSDPA na região. "Foi incrível a adesão a esse serviço no Brasil em tão curto espaço de tempo", comentou o presidente da 3G Américas, Chris Pearson. Não se tem números precisos, mas é sabido que já passou de 1 milhão a quantidade de assinantes dessa tecnologia na América Latina. "Na Argentina são cerca de 200 mil. E no Chile, 100 mil", estima Rojas. Ao todo, há no momento 33 redes HSPDA em operação comercial na região, distribuídas em 17 países.
O fato de as redes 3G terem chegado mais tarde à América Latina, se comparado com o lançamento na Europa, pode ter sido benéfico para o mercado da região, lembra Pearson. "A vantagem de lançar depois dos outros é que os preços dos equipamentos estão mais baixos e há maior variedade de aparelhos", explica o executivo.
Hoje, a maioria dos acessos às redes HSDPA é feita através de modens USB. Mas Rojas acredita que a proporção de telefones 3G crescerá bastante em um futuro próximo, com o lançamento de novos modelos, como o iPhone e o BlackBerry Bold.
Espectro
Os dois executivos disseram que o problema de falta de espectro para telefonia celular não se limita ao Brasil, mas a toda a América Latina. Uma das saídas pode estar na faixa de 700 MHz, que poderá servir para o LTE. Essa freqüência foi recentemente leiloada nos EUA. Pearson acredita que a decisão norte-americana influenciará os reguladores de vários países do continente. O Chile, por exemplo, prometeu leiloar em breve licenças em 700 MHz para serviços móveis.
Rojas e Pearson estiveram no Rio de Janeiro esta semana para participar do seminário AmericasCom.