Schymura deve deixar a presidência da Anatel

Faz algum tempo que as relações entre o presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura, e os demais conselheiros, além do próprio ministro Juarez Quadros, não se mostravam boas. Agora, ao que tudo indica, o caminho do rompimento é sem volta. Fontes próximas à presidência da República confirmam que o atual presidente da agência deve ser exonerado desta função, provavelmente por meio de decreto presidencial. Quando, exatamente, ainda não está definido. Assumiria, então, o vice, Antônio Valente. É, na prática, uma demissão, mas como um conselheiro (por lei) não pode ser demitido, Schymura permanece, a princípio, no conselho. Um conselheiro só pode ser afastado por processo administrativo ou se pedir exoneração. No caso de Schymura, outro obstáculo para ser afastado é que sua nomeação como conselheiro e como presidente estão atreladas em um mesmo decreto.
Na semana passada, segundo fontes ouvidas por este noticiário, o ministro das comunicações Juarez Quadros teria recomendado a Schymura que espontaneamente deixasse o cargo.
Em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" de domingo, dia 8, Schymura disse que sua vontade é permanecer até o final do mandato.

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Os motivos para a crise entre os conselheiros, Quadros, FHC e Schymura são ainda pouco conhecidos, mas sabe-se que passam pela forma com que o atual presidente da Anatel resolveu impor seu estilo de trabalho, isolando-se com seus assessores dentro da agência. Recentemente, Juarez Quadros, em entrevista a este noticiário, admitiu que aconselhou Schymura a mudar seu modo de trabalhar, dando mais atenção às posições do conselho diretor da agência.
Recentemente, em reunião da Citel, em Washington, Schymura causou constrangimento à Anatel ao estabelecer uma agenda paralela de reuniões, sem a participação do conselho, para discutir questões críticas como a TV digital. Na comitiva organizada por Schymura havia, também, apenas seus assessores diretos, sem participação de outras áreas e técnicos da Anatel.
Também no relacionamento com as empresas, Schymura não tem conseguido marcar gols a seu favor. Com algumas exceções, as posições dos empresários são em geral críticas com relação à produtividade das audiências e à atenção dada pelo atual presidente da Anatel aos problemas colocados.
Soma-se a isso uma insatisfação do próprio presidente da República com Schymura, por motivo ainda nebuloso. Vale lembrar que o atual presidente da Anatel foi recomendado para assumir o lugar de Renato Guerreiro pela Casa Civil, em meio a uma crise entre o Banco Central e a agência por conta de um documento produzido pela BCP com críticas ao modelo atual das telecomunicações. Juarez Quadros chegou a declarar, logo que Schymura foi indicado para o cargo, que havia sido apresentado a ele apenas uma vez.

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