A questão da demissão de Manoel Horácio pode não ser tão simples como faz crer a Anatel. A data da ata analisada pela agência é 25 de julho. Acontece que isso é pelo menos seis dias depois da demissão de Manoel Horácio (tornada pública em 19 de julho). Ou seja, a ata que a Anatel tem é apenas uma formalização de uma decisão que foi tomada anteriormente. Vale lembrar que para que pudesse haver a destituição do presidente era necessário que acionistas representando pelo menos 33% das ações ordinárias tivessem tomado a decisão. Não se sabe, por nenhum dos documentos conhecidos, quais acionistas se uniram para somar os 33% e nenhum deles veio até o presente momento a público falar sobre a decisão. A demissão de Horácio foi anunciada no dia 19 de julho. Em 27 de julho a Anatel pediu a ata, sob suspeita de que os fundos e Inepar/Opportunity, impedidos de participar do controle da empresa, tivessem influenciado na decisão. No dia 3 de agosto a Anatel anunciou publicamente ter recebido uma ata sem assinatura. No dia 6 de agosto a Anatel recebeu uma nova ata, desta vez assinada.