A GSMA, associação global da indústria da telefonia móvel, anunciou nesta quarta-feira, 10, a formação de uma coalizão para impulsionar o acesso a smartphones por consumidores de baixa renda no mundo.
A aliança é encampada por operadoras globais, fabricantes de dispositivos, organizações internacionais e instituições financeiras, incluindo o Banco Mundial, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) – braço da ONU para tecnologias da informação e telecomunicações – e a WEF Edison Alliance, iniciativa do Fórum Econômico Mundial para a promoção a inclusão digital.
Na prática, a proposta pretende diminuir o custo de aquisição dos dispositivos em países com rendimento médio ou baixo (LMICs, na sigla em inglês). Em comunicado, foram nominalmente citadas as regiões do Sul da Ásia e a África Subsaariana.
Dessa forma, as entidades poderão explorar novas soluções para reduzir riscos, a exemplo de mecanismos de financiamento, com o objetivo de complementar as ações já adotadas e expandir o acesso digital.
Lacuna de acesso
A abordagem ocorre porque segundo cálculos da GSMA, 38% da população (3 bilhões de pessoas) ainda não navega na rede por conta entraves como acesso, falta de habilidades digitais, ausência de conteúdo relevante e percalços com segurança, mesmo tendo cobertura disponível.
Ainda assim, segundo a associação 84% dos acessos de banda larga nos países de baixa renda em 2023 foram oriundos da conexão mobile, figurando como a principal entrada à rede nas localidades.
"Os dispositivos móveis têm ajudado bilhões de pessoas em todo o mundo a desempenhar um papel ativo cada vez mais digital, mas o custo de entrada ainda pode ser muito alto para muitos usuários de baixa renda. Juntamente com operadoras móveis globais, com o apoio do Banco Mundial e outros membros importantes da coalizão, estamos determinados a agir sobre essa questão", afirma Mats Granryd, diretor geral da GSMA, em comunicado.
"Tornar os dispositivos conectados à Internet mais acessíveis é crucial para acelerar a digitalização em países em desenvolvimento e garantir que ninguém fique para trás. Vimos o poder das tecnologias digitais em desbloquear crescimento e criação de empregos, além de facilitar o acesso à educação e aos serviços de saúde, mas as pessoas precisam estar conectadas para que isso se torne realidade", diz Guangzhe Chen, vice-presidente para infraestrutura do Banco Mundial.
Para o secretário geral da UIT, Doreen Bogdan-Martin, o movimento pode colaborar com a meta de acessibilidade da Comissão de Banda Larga, elaborada pela própria UIT, até 2025. "Em uma era de oportunidades digitais inimagináveis, dispositivos ainda estão fora do alcance de muitos", diz. "Ela (a iniciativa) tem o poder de acelerar a acessibilidade e nos aproximar um passo mais perto da conectividade universal significativa."