Os acionistas da Telco, holding que no momento controla a Telecom Italia com 22,4% de suas ações ordinárias, aprovaram em assembleia geral extraordinária na quarta-feira, 9, o plano de dissolução da companhia. Com a dissolução, serão criadas quatro empresas com as participações diretas na Telecom Italia, cada uma correspondente à participaçÃo de um dos acionistas da Telco: Telefónica, Assicurazioni Generali, Intesa Sanpaolo e Mediobanca. As empresas serão, respectivamente, Telco TE Spa (com participação direta de 14,77% na Telecom Italia), Telco AG (4,32%), Telco IS (1,64%) e Telco MB (1,64%). A proposta havia sido aprovada pela diretoria da Telco no dia 26 de junho.
Para ser concluída, a dissolução agora aguarda a aprovação dos órgãos reguladores da Itália (Istituto per la Vigilanza sulle Assicurazioni – IVASS), da Argentina (Comision Nacional de Defensa de la Competencia – CNDC); e do Brasil (Anatel e Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade).
A Telefónica passará a ser a maior acionista individual da Telecom Italia, que no Brasil controla a TIM. Vale lembrar que o Cade vetou qualquer aumento de influência da Telefónica na Telecom Italia e ainda determinou que o grupo espanhol ponha um fim à participação cruzada que detém no mercado brasileiro, onde controla a Vivo e participa, indiretamente, da TIM.
Por esta razão, será fundamental que a Telefônica consiga provar que mesmo tendo 14,77% da Telecom Italia, ela não tem nenhuma ingerência sobre a TIM no país. E precisará convencer o Cade de que essa estrutura é suficiente para contornar a imposição de eliminação da participação cruzada, determinada no final do ano passado.
Os acionistas da Telco também aprovaram a absorção de 583,4 milhões de euros em perdas com consequente redução do capital social da companhia de 879,2 milhões de euros para 295,8 milhões de euros.