Alta das ações da Vivo e Telesp alimentam especulações

A oferta não confirmada de aquisição de 50% da Vivo pela Telefónica no valor de 3 bilhões de euros (US$ 4,08 bilhões) não surpreendeu o mercado, que há muito esperava esse movimento como um caminho natural de consolidação da operadora espanhola na região. Hoje, a Telefónica divide o controle da Vivo com a Portugal Telecom, mas com essa transação passaria a deter o comando integral da operadora móvel brasileira.
?O fato de a notícia ter vazado antes da concretização do negócio com a Portugal Telecom dá margem a muita especulação?, diz Roger Oey, da Branif Primus. É essa, para o analista, a explicação para o fato de as ações da Vivo não terem disparado uma alta de 10%, mas terem mantido a média de 3% ao longo do dia. ?Como a resposta da Portugal Telecom é esperada apenas para agosto, isto dará margem ainda a muitas negociações, e isso vai se refletir na volatilidade das ações?, diz o analista.
Jacqueline Lison, da Fator Corretora, destaca que não está claro se a oferta foi pelas ações ON, PN, ou pela totalidade dos papéis. ?A oferta de US$ 4 bilhões pela empresa equivaleria a um prêmio de 40% sobre o valor da empresa hoje (valor de mercado mais a dívida) ou US$ 435 por assinante da Vivo, o que é um preço considerado justo pelo mercado?, diz Jacqueline. No entanto, agora a Portugal Telecom pode não ter pressa em vender a Vivo. ?Com a implantação da rede GSM, a Vivo estancou a perda de market share e até agosto pode se valorizar ainda mais?, diz Oey.

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A Brascan Corretora avalia como mais provável que a oferta de 3 bilhões de euros equivale à compra apenas das ações ordinárias da Vivo, com um valor por ação de R$ 26,45, representando um bom upside comparado à cotação de fechamento de sexta-feira (R$ 15,70). Há dúvidas, segundo a corretora, sobre a existência do tag along, pois uma transação como esta ocorrerá dentro do bloco de controle da empresa. A corretora também avalia que a Telesp deve refletir positivamente a notícia, em função da expectativa de fusão das duas companhias, permitindo ganhos operacionais e fiscais.
A Telefónica detém 112,434 milhões de ações da PT. Isso equivale a 9,96% de participação na Portugal Telecom, posição avaliada em 1,16 bilhão de euros, montante que serviria para pagar 38,6% dos 3 bilhões de euros em 50% da Vivo.
As ações da Vivo ON figuraram na lista das maiores altas desta terça-feira, 10, na Bovespa, fechando em R$ 16,13 (+ 2,73%) e R$ 10,23 na PN (+2,81%). A Telesp ON subiu 3,13%, fechando a R$ 63,89 e a PN teve alta de 1,89% fechando a R$ 67,25. O índice Bovespa fechou em baixa de 0,99%.

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