O ministro das Comunicações Fabio Faria reuniu nesta quinta-feira, 10, com os diretores da Ericsson e WarnerMedia (controlada pela AT&T) em Nova York. A missão brasileira do 5G nos EUA foi conhecer as experiências e aspectos técnicos das redes seguras, muitas das quais a Ericsson é fornecedora. Já a AT&T é operadora da FirstNet, rede dedicada ao atendimento das entidades de segurança e emergência nos EUA, que também foi apresentada à missão brasileira.
Em sua conta no Twitter, Fabio Faria afirmou que a Ericsson é uma empresa fundamental em rede segura nos Estados Unidos, além de "parceira confiável" do governo brasileiro na implementação da tecnologia 5G. Chama a atenção do uso da expressão "parceira confiável", já que o governo não tem uma lista de fornecedores que sejam ou não confiáveis. Também é curioso o fato desta mensagem aparecer apenas na parte em inglês da mensagem.
A empresa sueca que fornece equipamentos para infraestrutura de telecomunicações apresentou no começo de maio, durante a Semana Nacional de Comunicações, o piloto de uma rede 5G Standalone em Release 16 operando no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, em caráter experimental. A operadora de telecomunicações parceira da apresentação foi a TIM.
Na ocasião, o CEO interino da Ericsson para o Cone Sul, Vinicius Dalben, disse que o teste foi realizado na frequência de 3,5 GHz, com capacidade de 100 MHz de espectro, e utilizou equipamentos produzidos na fábrica da Ericsson em São José dos Campos.
Já a reunião com a WarnerMedia concluiu o roteiro da missão. Ao lado dos senadores Ciro Nogueira (PP/PI) e Flávio Bolsonaro (Patriota/RJ), Fábio Faria comemorou os resultados da viagem, exaltando o conhecimento adquirido pela delegação sobre os modelos de redes seguras. Ele destacou a importância da missão para "tirar dúvidas de auditores e técnicos de todos os ministérios" que "pairavam" sobre o tema de redes seguras, nas palavras do ministro. Lembrando que a viagem foi acompanhada pelos ministros do TCU Raimundo Carreiro (relator do edital do 5G) e Walton Rodrigues; pelo secretário de assuntos estratégicos Almirante Flávio Rocha, além do diretor geral da Abin, Alexandre Ramagem.
Análise
É importante deixar claro que o TCU, até o momento, não fez questionamentos diretos sobre a necessidade ou sobre a tecnologia de uma rede privativa segura. O que o TCU questiona é a falta de estudos técnicos que permitam o correto dimensionamento do custo desta rede no edital, o modelo de operação em que fique claro quem serão os entes responsáveis pela operação e pelo orçamento da rede, e o a legalidade dentro das regras orçamentárias de transferir as obrigações de uma rede segura (em tese, responsabilidade da Telebrás) para um edital de licitação, o que poderia ficar caracterizado como uma pedalada no orçamento. (Análise de Samuel Possebon)