Operadores latino-americanos de TV paga veem ampliação da base e teles móveis como maiores desafios

Um debate realizado com operadores latino-americanos durante o primeiro dia da Cable 2013, evento de TV paga realizado pela associação norte-americana do setor, a NCTA, esta semana, em Washington, serviu para mostrar que se de um lado os mercados em desenvolvimento demandam tecnologias e enfrentam os mesmos desafios vividos nos EUA, por outro lado a equação de custo dos operadores e as oportunidades a serem exploradas são outras. O debate reuniu operadores do México, Panamá e Venezuela. Todos mostraram que o processo de digitalização das redes de cabo já está avançada, mas em alguns casos (como o da operadora venezuelana Inter), foi preciso adotar uma solução combinada com DTH para atingir regiões remotas.

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"O ponto é que temos realidades diferentes dentro da nossa base. Há uma parte dos assinantes que vive hoje uma realidade muito próxima da realidade de um assinante médio nos EUA. E outra parte está tendo o seu primeiro contato com o cabo apenas agora", diz Raymundo Fernández Pendones, COO da mexicana Megacable.

O grande tema de preocupação tecnológica dos operadores que participaram do painel não é a ampliação da velocidade nas redes banda larga, ainda que isso esteja no radar. O aspecto mais importante para eles é desenvolver plataformas de Wi-Fi mais amplas e que permitam a competição efetiva com as operadoras móveis. "No nosso mercado, o nosso grande concorrente é o smartphone e os serviços oferecidos por eles. Temos que ter redes de Wi-Fi para não perder esse cliente", diz Fernández. Ele ressalta que um desafio adicional é gerenciar essa infraestrutura do usuário. "Muitas vezes os equipamentos que os nossos clientes têm usam padrões antigos de Wi-Fi e são muito lentos, e isso faz com que ele não perceba a melhoria no nosso serviço de banda larga", diz.

Outro serviço apontado como importante para ampliação das receitas é o de segurança doméstica, problema crítico em muitos países latino-americanos. "É uma oportunidade de ganharmos uma receita adicional importante e que as empresas que só oferecem DTH não conseguem oferecer", diz Patricio Marín, vice-presidente de planejamento e estratégia da Inter, da Venezuela.

Do ponto de vista tecnológico, o pedido das operadoras dos países latino-americanos pode ser sintetizado em uma frase de Fernández, da Megacable. "A América Latina é um mercado crescente, mas diferente; tem necessidades diferentes e precisam de soluções originais e baratas. O grande desafio da América Latina ainda é aumentar a penetração dos serviços. Os fornecedores precisam ter isso em mente", disse o executivo.

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