Líder do mercado brasileiro de banda larga fixa, a Claro deve enfrentar desafios nos próximos anos para proteger sua base de clientes frente concorrentes com serviço baseado em fibra óptica. A avaliação é do BTG Pactual.
"Nos próximos meses, esperamos ver operadoras de fibra aumentando ainda mais as velocidades de conexão e ultrapassando 1 Gbps sem aumentos de preços relevantes. Com o aumento de velocidade, provavelmente ficará mais difícil para a Claro defender sua participação de mercado atual", opinou o banco, em relatório divulgado nesta segunda-feira, 10.
O entendimento é que mesmo estável nos últimos anos, a base de cabo coaxial (HFC) da Claro estará mais pressionada no cenário. "Enquanto os planos de banda larga da Claro têm preços competitivos, pode ser difícil oferecer o mesmo nível de velocidades e estabilidade que conexões de fibra possuem".
O BTG acredita que o movimento deve ser acelerado pela chegada das redes neutras da Vivo e da Oi (que, vale lembrar, terá o próprio banco como sócio majoritário). Em paralelo, o "potencial IPO" de provedores regionais (ISPs) também pode aumentar o desafio da líder. Diante do cenário, a Claro já teria diminuído preços de pacotes na cidade de São Paulo como indício de adequação ao novo ambiente.
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No relatório, o BTG notou que em março a líder de mercado registrou a quarta queda mensal consecutiva em sua base nacional de clientes de banda larga, "talvez evidenciando o crescente desafio de competir contra provedores de FTTH".
Dessa forma, a Claro encerrou o primeiro trimestre de 2021 com share de mercado de 27,1% (ante 29,1% um ano antes). A Vivo passou de 20,6% para 17,6% no mesmo intervalo, enquanto a Oi caiu de 15,2% para 14,2%. Uma versão anterior dessa matéria informava de forma errônea uma alta no share de Vivo e Oi durante o período de doze meses.
O ritmo de crescimento da infraestrutura de fibra das duas competidoras, contudo, chamou a atenção do banco: além das 136 mil adições em março registradas pela Oi, a Vivo teria batido o recorde mensal de uma operadora brasileira ao abocanhar 160 mil novos acessos no período. Segundo o relatório, o número deve refletir em alta nas receitas com fibra óptica da operadora.
Distorção
O BTG Pactual ainda contextualizou a queda de 485 mil acessos registrada pelo mercado de banda larga fixa em março deste ano. A empresa notou que enquanto 6,4 mil ISPs haviam reportado contratos em fevereiro, no terceiro mês do ano, apenas 5,9 mil realizaram o trâmite, causando distorção no dado.
Ótima matéria Henrique