A fornecedora de tecnologia para redes Ciena está diminuindo sua dependência frente o setor tradicional de telecomunicações a partir da diversificação da carteira de clientes. Segundo o presidente da empresa no Brasil, Fernando Capella, 35% da receita global no primeiro trimestre de 2019 foi oriunda de clientes "não-telcos". Os dados se assemelham com a dinâmica registrada na subsidiária brasileira.
De acordo com Capella, entre as fontes emergentes de receitas no País estão, além de provedores de conteúdo e de data center, os provedores regionais (ou ISPs), cuja demanda por melhoria em trechos óticos está aquecida. O executivo ainda cita "empresas que têm optado por construir redes próprias" como forma de reduzir custos com a infraestrutura no longo prazo. No ano passado, a Ciena atuou em projetos do gênero para bancos, governo e também no setor de educação. "É uma estratégia pra não depender tanto do humor das operadoras tradicionais", pontua o executivo. Vale notar que o investimento do setor de telecom voltou a crescer no ano passado após três anos de recuos.
Para o segmento, uma das grandes apostas segue sendo a tecnologia de redes "adaptativas", que flexibilizam a capacidade em tempo real com ajuda de analytics e inteligência artificial. Tradicional fornecedora de tecnologia para redes fixas, a empresa lembra que tais funcionalidades devem ser vitais para o 5G, na qual o suporte da infraestrutura de fibra ótica será fundamental para baixas taxas de latência.