Incorporação da Vivo reduz em 15% lucro líquido trimestral da Telefônica

A integração das operações fixas e móveis no Brasil começa a surtir seus primeiros efeitos no balanço financeiro da Telefônica/Vivo. Nesta quinta-feira, 10, a companhia anunciou os resultados do primeiro trimestre e imputou a queda de 15% no lucro líquido do período no comparativo anual ao impacto de uma maior depreciação e amortização dos ativos intangíveis resultantes da incorporação da Vivo. O resultado líquido, que nos primeiros três meses de 2011 foi de R$ 1,128 bilhão, neste trimestre fechou em R$ 956 milhões.

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A receita operacional líquida foi de R$ 8,314 bilhões, 3,7% superior à do primeiro trimestre passado, e com os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) estável, totalizando R$ 2,847 bilhões e crescendo somente 0,3% no período.

Fracionando a receita líquida operacional, tem-se uma queda de 4,1% no faturamento da Telefônica, que totalizou R$ 3,208 bilhões no período, ante R$ 3,346 bilhões de igual trimestre de 2011. Em contrapartida, a receita da operação móvel (Vivo), registrou melhora de 12,8%, fechando o trimestre com R$ 4,924 bilhões, contra R$ 4,367 bilhões nos primeiros três meses do ano passado. O desempenho compensou a forte queda do faturamento com os aparelhos móveis, de 40%, segundo a companhia explicada principalmente pela maior quantidade de vendas avulsas de SIMCards e comercialização de aparelhos por fornecimento direto, além da implementação da frequência de 1.800 MHz.

Acessos

Mais uma vez, a base de acessos fixos registrou crescimento de 1,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e fechou o período em 15,2 milhões de clientes. Destes, 3,865 milhões só de banda larga fixa (aumento de 9% no trimestre). Esse crescimento foi motivado, entre outras coisas, pelo Vivo Fibra, serviço de fiber-to-the-home da Telefônica que somou 70 mil clientes no trimestre. Com isso, a representatividade de acessos de banda larga fixa sobre a voz fixa passou de 30,2% para 33,9% ao longo de um ano. E a receita de dados sobre a receita total fixa saiu de 24,1% (ano passado) para 27,8% ao final de março deste ano.

A propósito, a voz fixa totalizou 10,8 milhões de acessos no trimestre e continua sendo um business deficitário para a companhia que, no entanto, comemorou a desaceleração da perda de acessos residenciais e corporativos (79 mil no primeiro trimestre de 2012 ante 122 mil em igual período de 2011), impulsionada pelo setor corporativo.

A receita operacional líquida dos serviços de voz e acessos sofreu retração de 14,6% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, principalmente por conta da queda do tráfego originado na fixa, menor base de acessos e redução das tarifas fixo-móvel à partir de 24 de fevereiro. Já as receitas de dados aumentaram 10,5% em relação a igual período de 2011, por conta da ampliação da base de acessos em banda larga (9% ao ano).

Os acessos de TV por assinatura cresceram 34,2% no ano, chegando a 683 mil no trimestre, e a receita foi 17,7% maior que no primeiro trimestre de 2011.

Custos

O total dos custos operacionais apresentou uma evolução anual de 5,6%, totalizando R$ 5,467 bilhões no trimestre. Esse aumento deveu-se principalmente aos gastos relacionados à integração operacional entre Telefônica e Vivo. O custo com pessoal no trimestre cresceu 31,9% por conta de gastos não recorrentes relacionados À reestruturação organizacional, no valor de R$ 130 milhões.

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