A Samsung anunciou nesta quinta-feira, 10, em Brasília, o lançamento do seu novo celular de entrada com a tecnologia 5G, o Samsung Galaxy A06 5G, que chega com o preço de referência de R$ 1.099 e expectativa de lançamento na casa dos R$ 899.
Segundo Gustavo Assunção, vice-presidente sênior de vendas e marketing da Samsung, a escolha de Brasília para o lançamento, em um evento que contou com a presença do presidente da Anatel, Carlos Baigorri, não é por acaso. "Consideramos que hoje o fator preço é um dos principais motivos que influenciam a curva de adoção do 5G no Brasil, e acreditamos que este produto contribuirá diretamente para a massificação do 5G", diz Assunção.
Hoje, a média de preço dos equipamentos com 5G, segundo a Samsung, está na casa dos R$ 2,78 mil, contra R$ 904 dos aparelhos 4G de entrada. "Sempre vamos oferecer aquilo que o consumidor demanda, e entendemos que hoje o preço, sem comprometer a qualidade, é um fator fundamental para o 5G".
Assunção destaca que em termos de configuração, o A06 tem muitos dos recursos dos celulares de ponta, inclusive os recursos de Inteligência Artificial, um processador de 6 nanômetros (nm), resistência à água e poeira, um visor de alta qualidade e longa duração de bateria.
Um dos fenômenos sobre os quais a Samsung, que tem 44% do mercado de celulares, chama a atenção, é o fato de que a proporção de vendas de celulares 4G e 5G no Brasil se estabilizou nos último trimestre, inclusive com uma ampliação das vendas de equipamentos 4G no primeiro trimestre deste ano (45% das vendas 5G vs. 54% para celulares LTE), bem como um aumento do preço médio dos equipamentos 5G em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Mercado cinza
Carlos Baigorri elogiou a iniciativa e endossou o entendimento de que o 5G ainda precisa encontrar um caminho para a massificação, o que passa pelo custo dos aparelhos.
"O Brasil tem uma das maiores redes 5G Standalone do mundo, e potencialmente pode ser um dos principais mercados para novos serviços, mas preço é uma variável importante porque o Brasil tem um grande desafio de renda", disse o presidente da Anatel.
Baigorri também lembrou que a redução de custos de smartphones é uma medida importante de combate ao mercado cinza, de celulares que entram por contrabando e sem certificação no Brasil. "Há uma concorrência desleal, e o preço é um fator importante", disse Baigorri. O mercado cinza já representou 25% das vendas, mas hoje, depois das medidas de combate iniciadas, estaria perto de 13%.
Guerra tarifária
Pela Samsung, Gustavo Assunção disse que ainda é cedo para avaliar os efeitos que a guerra tarifária iniciada pelos EUA terá no mercado de celulares -, mas disse que o Brasil tem uma posição relativamente confortável. No caso da Samsung, são duas fábricas locais apenas dedicadas ao mercado doméstico.