Como as operadoras devem redefinir o futuro digital para se manterem competitivas?

Vanessa Mendes Rennó, pesquisadora do Centro de Competência EMBRAPII Inatel em Redes 5G e 6G - xGMobile. Imagem: Divulgação

O MWC Barcelona evidenciou que as telecomunicações estão atravessando uma transformação profunda. O avanço do 5G, aliado à inteligência artificial e à computação em nuvem, está redefinindo o setor, criando novas oportunidades de crescimento e exigindo um reposicionamento estratégico das operadoras. Mais do que fornecer conectividade, essas empresas precisam atuar como agentes de inovação para se manterem competitivas.

O impacto do 5G vai muito além da velocidade e estabilidade das redes. Com potencial de gerar entre US$ 60 e US$ 100 bilhões anualmente, essa tecnologia abre caminho para uma conectividade mais inteligente, adaptável e segura. No entanto, os desafios persistem: cerca de 3 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à Internet e 400 milhões não contam com cobertura adequada. A busca por soluções inclusivas e acessíveis deve ser uma prioridade para garantir que essa revolução atenda a um público global.

A modernização das redes não é apenas uma necessidade técnica, mas um passo essencial para viabilizar novos modelos de negócio. A automação permite maior previsibilidade, otimização de recursos e entrega de serviços diferenciados. Além disso, a integração com inteligência artificial pode transformar radicalmente a eficiência operacional das operadoras, reduzindo custos e criando experiências mais personalizadas para os usuários. Com isso, essas empresas assumem um papel mais estratégico na digitalização da economia.

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Entretanto, há um descompasso entre os altos investimentos exigidos e o retorno financeiro obtido. Embora sejam essenciais para a transformação digital global, muitas operadoras ainda lutam para rentabilizar suas infraestruturas de forma sustentável. O setor precisa ir além da conectividade convencional e adotar modelos de negócio inovadores que ampliem suas fontes de receita.

As operadoras estão em um ponto decisivo de transformação. Com o avanço do 5G SA e a crescente demanda por serviços digitais, essas empresas deixam de ser apenas fornecedoras de infraestrutura e passam a atuar como impulsionadoras da inovação. A ampliação da oferta para áreas como inteligência de negócios e segurança digital demonstra como a conectividade se tornou um elemento estratégico para empresas e governos. Para que essa evolução seja bem-sucedida, é fundamental que as operadoras adotem modelos de negócio flexíveis e apostem em novas formas de monetização de seus serviços.

O sucesso dessa transformação dependerá da construção de um ecossistema colaborativo. Parcerias entre academia, indústria e governo serão fundamentais para acelerar a inovação, garantir segurança digital e ampliar o acesso à conectividade. A criação de novos padrões regulatórios que incentivem a modernização do setor pode ser um fator decisivo para viabilizar esse crescimento.

O futuro das telecomunicações será moldado pela capacidade do setor de se reinventar. Operadoras que investirem em inovação, adotarem modelos flexíveis e se posicionarem como hubs tecnológicos terão um papel central na economia digital. O momento de transformação já começou, e as empresas que souberem liderá-lo estarão na vanguarda dessa revolução.

* Sobre a autora – Vanessa Mendes Rennó é pesquisadora do Centro de Competência EMBRAPII Inatel em Redes 5G e 6G – xGMobile. As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente a visão de TELETIME. 

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