Impulsionada pela modalidade pós-paga na telefonia móvel, a TIM obteve lucro líquido normalizado de R$ 3,1 bilhões em 2024, alta de 17,1% na comparação com o ano anterior (R$ 2,7 bilhões), de acordo com balanço financeiro divulgado na noite desta segunda-feira, 10.
Só no quarto trimestre o lucro foi de R$ 1,1 bilhão – o avanço, na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior, também foi de 17,1%.
A receita líquida normalizada cresceu 6,6% no acumulado do ano, totalizando R$ 25,4 bilhões. O faturamento foi puxado pelo avanço do serviço móvel, que também teve expansão de 6,6%, alcançando R$ 23,2 bilhões.
O pós-pago foi o destaque do ano, com alta de 8,8%. A receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) da modalidade, excluindo M2M, chegou a R$ 53,2 no quarto trimestre (alta de 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior).
A TIM atribui os resultados do pós-pago à migração de clientes de planos pré-pagos, redução dos níveis de desconexão e foco na transferência de clientes para pacotes de maior valor, além do reajuste anual dos preços das tarifas.
No caso do pré-pago, a receita teve baixa de 4,3% em 2024, com o ARPU caindo para R$ 14,7 (-5,8%). Segundo a operadora, além da migração de clientes para o pós-pago, a modalidade pré-paga foi atingida pela redução da recorrência de recargas.
O segmento fixo, por sua vez, teve alta de 3,1% no ano passado, alcançando R$ 1,3 bilhão. O serviço TIM Ultrafibra, modalidade de banda larga fixa via rede de fibra óptica, cresceu ainda mais (+5,4%), gerando uma receita a anual de R$ 921 milhões. O ARPU da internet fixa de fibra óptica foi de R$ 95,5 no quarto trimestre, 0,7% superior ao observado no mesmo intervalo de 2023.
A receita de produtos chegou a R$ 860 milhões, avançando 12,8% em 2024. Segundo a tele, o desempenho dessa vertical foi sustentado pelo "aumento do volume de venda de produtos de mais alto valor, apoiado em uma estratégia de diversificação de portfólio de venda e o crescimento nas vendas de equipamentos relacionados ao nosso pilar estratégico de 'B2B IoT'".
Lucro operacional e investimentos
O lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (EBITDA) normalizado cresceu 8% em 2024, para R$ 12,6 bilhões, em função de um "consistente desempenho" da receita de serviços" e do foco "em uma gestão de custos eficiente", informou a operadora. A margem avançou 0,7% ao longo do ano, chegando a 49,6%.
O Capex teve alta de 1% e somou R$ 4,5 bilhões em 2024, ficando dentro da meta estabelecida pela empresa. No quarto trimestre especificamente, houve avanço de 6,4%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, com uma maior destinação de recursos para expansão da cobertura 5G e do aprimoramento da infraestrutura de TI da operadora.
Desempenho operacional
A TIM encerrou 2024 com 62 milhões de clientes de telefonia móvel, volume 1,3% maior ao apurado em 2023 (61,2 milhões). Em números absolutos, houve adição líquida de 810 mil usuários.
O saldo de clientes no serviço móvel foi apoiado pelo pós-pago, que chegou a 30,2 milhões de assinantes – na prática, a carteira teve um incremento de 9,4% no acumulado de 12 meses. O pré-pago, por outro lado, encolheu 5,3%, mas ainda é a modalidade na qual a operadora conta com o maior número de usuários (31,8 milhões).
Ao fim de 2024, a TIM tinha 790 mil assinantes do serviço de banda larga fixa. A base teve retração anual de 1,6% (totalizava 802 mil em 2023).
Metas financeiras
Em fato relevante divulgado também na noite desta segunda-feira, a TIM atualizou as projeções para o curto prazo (ano de 2025) e médio prazo (período de 2025 a 2027).
Para este ano, a operadora projeta um aumento de receita na ordem de 5%. A expectativa é de que o EBITDA cresça de 6% a 8%, ao passo que os investimentos devem ficar entre R$ 4,4 bilhões a R$ 4,6 bilhões.
A estimativa aponta o fluxo de caixa operacional avançando de 14% a 16%. A remuneração prevista aos acionistas é de R$ 3,9 bilhões a R$ 4,1 bilhões.
No médio prazo, as projeções de crescimento composto de receita, EBITDA e Capex são as mesmas. Já o fluxo de caixa operacional deve ter uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, na sigla em inglês) de 11% a 14% no período de 2025 a 2027. A projeção é de que a remuneração aos acionistas some de R$ 13,5 bilhões a R$ 14 bilhões no triênio.