A NII Holdings, controladora da Nextel em cinco países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, México e Peru), decidiu terceirizar toda a operação de suas redes. Para isso, contratou a Nokia Siemens Networks, que assume a função a partir de abril. A empresa cuidará desde o planejamento e o design até a manutenção da infraestrutura da Nextel, passando pela operação diária dos serviços. O contrato tem prazo de cinco anos e seu valor não foi revelado. "Nenhuma operadora realiza uma terceirização por menos de 20% de economia em seu Opex", comenta o diretor da Nokia Siemens responsável pelos negócios com a NII Holdings, Jackson Brenner.
A terceirização da operação de uma rede móvel ainda é raro na América Latina, ainda mais envolvendo vários países ao mesmo tempo. Por isso, o contrato é tido como um dos mais estratégicos já assinado pela Nokia Siemens. A empresa absorverá cerca de 1 mil funcionários da NII Holdings, que serão alocados no projeto. Além disso, está nos planos da empresa unificar o centro operacional (NOC, na sigla em inglês) dos cinco países. Isso deve acontecer provavelmente em 2011, mas ainda não foi definido qual país sediará o NOC.
A Nextel manterá sob sua responsabilidade todos os processos de billing, de CRM e de marketing. A NII Holdings continuará dona dos ativos de redes e caberá a ela a definição de estratégias de expansão, escolha de fornecedores e de tecnologias etc. Os atuais contratos da Nextel para uso de plataformas e sistemas de TI usados na operação da rede serão revistos pela Nokia Siemens.
A Nextel pretende participar do leilão de banda H no Brasil, podendo vir a se tornar mais uma operadora 3G no País. A empresa fez o mesmo no Peru, onde lançou recentemente uma rede WCDMA. O fato de a Nextel estar se expandindo através de redes 3G pesou na hora de decidir terceirizar a operação com a Nokia Siemens, já que a fabricante tem reconhecida expertise nessa tecnologia, comenta Brenner.
O executivo disse que, em caso de vitória no leilão da banda H, a Nextel não necessariamente adotará equipamentos da Nokia Siemens. "Podemos operar uma rede multivendor. Mas claro que gostaríamos de ser os parceiros tecnológicos da Nextel", explicou Brenner.