Com novo presidente, Abinc espera 'maturidade' da Internet das Coisas em 2020

Foto: Pixabay

A Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc) elegeu um novo presidente para comandar as iniciativas da entidade durante os próximos dois anos. Trata-se de Paulo José Spaccaquerche (ou Paulo Spacca, como é conhecido), que integra a associação desde 2016, acumulando também 30 anos de carreira na indústria de tecnologia. Em entrevista a este noticiário, o dirigente abordou quais devem ser os principais desafios para a consolidação da IoT neste ano.

"O mercado de IoT vem em um crescimento e já é uma realidade, mas vejo que em 2020 ele ainda deve ficar mais maduro", afirmou Spacca, observando que até agora o segmento ainda não atravessou o "ponto de inflexão" para a consolidação. Nesse sentido, o ano de 2019 teria servido como um período de "aprendizado" para muitas empresas que atuam na área.

"No ano passado, muito projetos aconteceram e muitos falharam, então houve bastante aprendizado. Por outro lado, há também projetos fantásticos de IoT que aconteceram", pontuou. O dirigente da Abinc ainda destacou a movimentação das teles, que lançaram em 2019 suas primeiras redes comerciais para IoT em espectro licenciado.

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Spacca também comemorou a efetivação do Plano Nacional de Internet das Coisas, após decreto presidencial publicado em junho. "O próximo passo é a criação das câmaras dentro dos setores prioritários. A de manufatura já foi criada, a Abinc tem uma cadeira e estamos discutindo. Sei também que a de saúde sai em breve", afirmou. Os outros dois setores contemplados no Plano Nacional de IoT são agronegócio e cidades inteligentes.

Por outro lado, Spacca lamentou que mesmo a publicação do plano não tenha gerado a clareza necessária sobre o aspecto tributário, que tem dificultado a consolidação da Internet das Coisas no Brasil. "Isso não ficou claro. Acredito que pelo Governo já está meio decidido que haverá tributação diferente em IoT, mas ainda há uma indefinição que dá uma emperrada em muitos projetos".

Recentemente, foi aprovado na Câmara um projeto de lei (7.656) que desonera os dispositivos máquina-à-máquina e de Internet das Coisas do pagamento das taxas de Fistel, Condecine e Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública (CFRP). O texto, contudo, ainda não avançou no Senado Federal.

O novo presidente da Abinc também destacou a expectativa do efeito do leilão 5G sobre o mercado de IoT e a necessidade de uma definição clara sobre a propriedade de dados no segmento – a ser definida no âmbito da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Hoje, a Abinc reúne mais de 100 associados entre integradores, fornecedores de soluções, desenvolvedores, MVNOs, empresas de infraestrutura e usuários finais.

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