Telemar planeja fechar capital, apostam analistas

Novos rumores no mercado financeiro sobre mudanças societárias na Telemar.
Primeiro, circularam intensamente rumores de que os controladores da holding Tele Norte Leste Participações (TNLP) pretenderiam vender sua operação em telefonia celular (Oi) para sua operadora de telefonia fixa Telemar. Agora, surgem informações sobre a intenção de futuro fechamento de capital desta operadora em si.
Alguns analistas disseram a TELETIME News que o objetivo principal da holding seria o aproveitamento do seu crédito em benefícios fiscais decorrentes da compra das operadoras no processo de privatização. Como se sabe, o valor equivalente ao ágio sobre o preço mínimo marcado na privatização pode ser abatido do imposto a pagar por um prazo de cinco anos. No momento, a holding não pode usar esse benefício porque não tem lucro e, portanto, não tem o que pagar à Receita Federal. Isso, em boa parte, devido aos investimentos feitos em outra controlada, a Oi.

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O roteiro da operação

Os rumores chegaram a tal ponto que profissionais do mercado já falam até mesmo de um suposto roteiro imaginado pela TNLP. A operação básica seria de proposta de compra das ações da Telemar em circulação, em troca de papéis da holding. De posse das ações da empresa, fecharia seu capital, facilitando a compra da Oi. O melhor momento para fazer essa operação seria aquele em que a Oi já estiver dando lucro e, assim, em condições de aproveitar o benefício fiscal.
Pelas projeções de junho do ano passado, isso só aconteceria em 2004. Porém, com o inesperado avanço das vendas (o número de assinantes chegou a 1,4 milhão no final de 2002 ante uma meta de 500 mil), é possível que isso já aconteça este ano. Se os rumores se confirmarem, a tendência é uma aceleração das cotações da Telemar na bolsa no curto prazo.
Contudo, há quem enxergue dificuldades nesta operação. Para a troca de ações da holding pelas da operadora, seria preciso um aumento de capital da primeira. O problema é que se forem emitidas mais ações ordinárias da holding há o risco de o atual grupo controlador ficar com menos de 50% do total, perdendo o poder. E se a escolha for a emissão de ações preferenciais é provável que a empresa ultrapasse o limite estabelecido por lei de que esse tipo de papel deve representar no máximo dois terços do total.
Uma outra opção de fechamento do capital poderia ser com a compra das ações dos minoritários com pagamento em dinheiro em vez de ações. Isso, contudo, demandaria um alto custo. Somados, os papéis dos minoritários têm um valor de mercado atualmente em torno de R$ 2,7 bilhões. E ainda seria preciso pagar um prêmio.

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