A briga entre os Estados Unidos e as companhias chinesas de equipamentos deve ganhar novos capítulos nos próximos dias. A expectativa é que a Câmara dos Representantes do País vote na próxima semana um projeto de lei que inclui um auxílio anual de US$ 3 bilhões para que as empresas de telecom removam infraestruturas de players como Huawei e ZTE.
De acordo com a Reuters, o texto com 1,8 mil páginas que sustenta o projeto inclui, entre outros aspectos, um relatório sobre os supostos esforços da China para driblar regulações de segurança nacional dos EUA e avaliações de inteligência sobre a capacidade biotecnológica dos chineses.
Em maio, a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), agência responsável pela regulação das comunicações nos Estados Unidos, estimou que seriam necessários cerca de US$ 5 bilhões para a remoção dos dispositivos da China. À época, os parlamentares aprovaram apenas US$ 1,9 bilhão para a iniciativa.
Na última semana, Jessica Rosenworcel, presidente da FCC, reiterou, em carta enviada aos congressistas, o pedido de reforço no orçamento. Segundo ela, o programa de substituição de equipamentos de 126 operadoras dos EUA enfrenta um déficit de US$ 3,08 bilhões, "colocando em risco tanto nossa segurança nacional quanto a conectividade de consumidores rurais que dependem dessas redes."
Além disso, Rosenworcel ainda compartilhou junto aos comissários da FCC um rascunho da decisão que determina que a seção 105 da Lei de Assistência às Comunicações para Aplicação da Lei exija que as operadoras de telecomunicação protejam suas redes contra acesso ilegal ou interceptação de comunicações.
A ação vem acompanhada de uma proposta que determina que os provedores de serviços de comunicação apresentassem uma certificação anual à FCC, atestando que criaram, atualizaram e implementaram um plano de gerenciamento de riscos de cibersegurança, fortalecendo as comunicações contra futuros ataques cibernéticos, ainda de acordo com a agência.
"A cibersegurança da infraestrutura crítica de comunicações do nosso país é essencial para promover a segurança nacional, a segurança pública e a segurança econômica", afirmou Rosenworcel, em comunicado. Na avaliação da presidente da agência reguladora, é necessário que as operadoras implementem uma estrutura moderna que possa prevenir eventuais ataques no futuro.