A Algar Telecom apresentou na última sexta-feira, 6, os números referentes ao balanço do terceiro trimestre de 2024. No período, a empresa apresentou um ligeiro crescimento (+1,4%) na receita líquida, para R$ 709,4 milhões.
Apesar disso, ela fechou a janela trimestral com um prejuízo líquido de R$ 69,9 milhões, uma reversão frente ao terceiro trimestre de 2023, quando apurou lucro de R$ 3,4 milhões.
Assim como ocorreu ao final do ano passado, companhia novamente fez reajustes em balanços anteriores: nos números do segundo trimestre e do primeiro semestre deste ano (veja mais no decorrer do texto).
Já o desempenho da receita no terceiro tri foi influenciado positivamente pela vertical B2C (+6,1%), que somou R$ 240 milhões. No B2B houve estabilidade (+0,2%) em R$ 469 milhões
Mas especificamente nos negócios de Tecnologia da Informação e Comunicação no B2B, houve avanço significativo (+19,9%), para R$ 109,8 milhões. Sobre essa divisão de TIC, a Algar afirma que "ainda que tenham uma menor margem operacional se comparados aos de conectividade, são também menos intensivos em capex, nos permitem atender as demandas dos nossos clientes de forma mais ampla, favorecendo o tempo médio de permanência dos mesmos na companhia e sua rentabilidade."
Por outro lado, as linhas de negócios de M2M (-13,2%), conectividade (-7,3%) e telefonia móvel (-8,4%) – todos no B2B – puxaram a performance da receita para baixo.
"As menores receitas de conectividade são decorrentes, sobretudo, de um movimento, que se iniciou em 2023, de redução do escopo/preço dos serviços por parte das empresas de médio porte, que passaram a enfrentar uma situação de maior estrangulamento de liquidez", afirma.
No caso das perdas em M2M, a provedora relata que isso é consequência da queda do total de chips usados pelo setor de adquirência de cartões, fruto de uma limpeza de base, efetuada no final de 2023, e de uma estratégia de redução do número de equipamentos usados por parte dos players do segmento.
Ebitda
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Algar somou R$ 227,8 milhões no terceiro tri, resultado que significa uma queda expressiva (-24,8%) na comparação a igual período do ano passado. A margem Ebitda foi de 32,1%. A empresa ressalta que a administração revisou os critérios de cálculo em razão de perdas esperadas no B2B.
Entre janeiro e setembro, o Ebitda fechou em R$ 775 milhões (-6,4%), com margem de 36,8% (-8,8%).
Já no acumulado dos nove primeiros meses do ano, a receita líquida foi de R$ 2,1 bilhões (+2,6%), influenciada, principalmente, pelos R$ 702,5 milhões no B2C (+7,6%). No B2B há estabilidade em 0,3%, para R$ 1,4 bilhão.
Revisões
Nos documentos apresentados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Algar também revisou alguns números dos balanços referentes ao segundo trimestre e ao primeiro semestre de 2024.
Dessa forma, o resultado bruto teve reajuste positivo de R$ 2,5 milhões no segundo tri, frente aos números apresentados anteriormente, chegando a R$ 245,6 milhões. Nos seis primeiros meses do ano, o reajuste foi de R$ 5,5 milhões, para R$ 509,4 milhões.
O mesmo ocorreu com os custos dos serviços e mercadorias vendidas, que subiram mais R$ 2,5 milhões entre janeiro e março, somando R$ -453,7 milhões. Houve acréscimo de R$ 5,5 milhões entre janeiro e junho, para R$ -888,2 milhões.
Por outro lado, as outras receitas operacionais registraram queda de R$ 3,7 milhões no segundo trimestre, na comparação com os números apresentados anteriormente, para R$ 64,9 milhões. No ano até junho, houve uma redução de R$ 10,7 milhões, para R$ 90,3 milhões.
O resultado operacional antes do resultado financeiro recuou R$ 1,1 milhão nos três primeiros meses de 2024, para R$ 66,8 milhões, e R$ 5,2 milhões no acumulado do primeiro semestre, para R$ 156,3 milhões.
Assim como o resultado líquido do período, que teve revisão em menos R$ 1,2 milhão no primeiro tri, somando R$ -28,2 milhões; e de R$ 4,2 milhões no consolidado do semestre, para R$ -85,9 milhões.
Não é a primeira vez neste ano que a Algar realiza ajustes em balanços prévios. Em abril, companhia informou ao mercado ter identificado R$ 15 milhões capitalizados indevidamente em 2023.