O faturamento do setor de telecomunicações, que inclui o mercado de infraestrutura e de celulares, foi de R$ 43,896 bilhões em 2021, de acordo com projeção da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) divulgada nesta quinta-feira, 9. Desta forma, configurou-se um aumento de 12% em relação ao ano passado, mas apenas de 1% desconsiderando os efeitos da inflação.
Do total do setor, houve crescimento de 11% em infraestrutura e 12% considerando os celulares. Ainda assim, a projeção de aparelhos novos no mercado foi 3% menor do que em 2020, com 43,343 mil unidades até dezembro de 2021.
As projeções para 2022, contudo, consideram um crescimento menor para a infraestrutura, de 5%, mesmo com a previsão da implantação de redes 5G após o leilão da Anatel. A justificativa citada pelo diretor de telecomunicações da Abinee, Aluizio Byrro, da Nokia, é que a pandemia afetou os números do ano passado. "O crescimento deste ano de 2021 foi grande devido ao baixo crescimento do ano passado. E 5% [para 2022] é um baita crescimento", afirma.
Conforme Byrro destacou, os compromissos de investimentos relacionados ao leilão do 5G não se limitam para 2022, mas também continuarão ao longo dos anos seguintes. Mas o diretor de telecom na associação, Paulo Castelo Branco, afirma que ainda não é possível ter uma perspectiva mais sólida. "A gente não tem muita visibilidade agora com investimentos em 5G da área privada, isso ainda é uma incerteza. Pessoalmente, tenho expectativa de que esse crescimento será maior."
Diretor da Ericsson e 2º secretário da diretoria da Abinee, Tiago Machado coloca que haverá um investimento gradual, com impacto em diversos setores. "Não é corrida de 100 metros, é uma maratona", coloca. Ele lembra ainda que o 5G permitirá uso mais eficiente do espectro, com custo menor por megabit.
Outros indicadores
As exportações no setor de telecomunicações geraram R$ 276 milhões um aumento de 10% Já as importações totalizaram R$ 2,548 bilhões, um aumento de 8%. Entre os produtos mais importados estavam os semicondutores (US$ 5,476 bilhões, aumento de 23%) e os componentes para telecomunicações (US$ 4,885 bilhões, avanço de 10%).
No geral, a balança comercial da indústria eletroeletrônica ficou com um saldo negativo de US$ 33,823 bilhões, devido à movimentação de US$ 39,45 bilhões em importações (crescimento de 26%) e de US$ 5,63 bilhões em exportações (também 26% de avanço) no comparativo anual.
Considerando todo o setor eletroeletrônico, o faturamento em 2021 foi de R$ 214,2 bilhões, marca que ficou 24% acima do ano anterior. Descontando os efeitos da inflação, contudo, o avanço "real" seria de 7%. O investimento total foi de R$ 3,642 bilhões, aumento de 25%.