As conversas entre Ligga e V.tal podem caminhar para além do acordo de utilização da rede neutra, anunciado recentemente. Este noticiário confirmou informação publicada primeiro pelo serviço BN Americas de que as empresas negociam, com base em um memorando de entendimento, uma parceria maior. Não seria, nesse momento, a compra da Ligga pela V.tal ou a fusão das duas empresas, até porque esta operação tiraria completamente a V.tal do seu foco atual, que é a operração de rede neutra, além de ter complicações regulatórias (a Ligga é concessionária na cidade de Londrina) e societárias (a Oi é acionista da V.tal e não pode se tornar operadora móvel, por conta da venda da Oi Móvel). A evolução da relação entre as duas empresas mais provável seria a aquisição da rede de fibra da Ligga pela V.tal ou, eventualmente, a entrada da Ligga no controle da operadora neutra, aportando a sua rede de fibra ao negócio. As opções ainda estariam completamente abertas, segundo apurou este noticiário.
A Ligga tem dois executivos em C-Level oriundos da V.tal: Rafael Marquez (CRO) e Eduardo Silveira Gonçalves (CFO). Isso tem alimentado no mercado as especulações sobre um aprofundamento das relações entre as duas empresas. Mas segundo apurou este noticiário, trata-se de uma coincidência apenas. O que existe é um aprofundamento das relações comerciais e uma grande complementariedade de rede, já que a Ligga tem uma importante infraestrutura de fibra no Paraná oriunda da antiga Copel Telecom e a V.tal tem planos de expansão de rede que poderiam ajudar a Ligga, inclusive por conta das obrigações de 5G no Paraná, São Paulo e Região Norte.
No mercado, especula-se que a Ligga seria inclusive uma das potenciais interessadas na base de clientes da Oi, lembrando que o principal acionista da Ligga, Nelson Tanure, foi por muitos anos um acionista importante da Oi.