Vencedora do lote nacional de 700 MHz no leilão do 5G, a Winity Telecom vai pagar R$ 1,194 bilhão em dinheiro pelo direito de exploração da faixa durante 20 anos, além de R$ 233 milhões em compromissos de cobertura.
Os valores compõem o montante (R$ 1,427 bilhão) oferecido pelo braço de telecom do fundo Pátria. Como o valor ficou R$ 1,270 bilhão acima do preço mínimo da faixa (R$ 157 milhões), a Winity poderia transformar o ágio em investimentos. A quantidade de obrigações disponíveis, contudo, não foi suficiente para conversão da maior parte da cifra.
"Não há estoque de obrigações suficiente para converter todo o ágio em obrigações, de modo que nós temos R$ 1.036.550.204,98 a título de preço público a ser pago, em adição ao preço mínimo", explicou o presidente da Comissão Especial de Licitação da Anatel, Abraão Balbino, durante a escolha dos compromissos do leilão, iniciada nesta terça-feira, 9.
No caso da Winity, as obrigações como ganhadora dos 10 MHz +10 MHz em 700 MHz incluem a cobertura com 4G em centenas de localidades sem o serviço e em 2.349 trechos de rodovias federais, perfazendo mais de 35,7 mil km após a escolha de obrigações adicionais. Pelo acordado com a Anatel, os R$ 233 milhões serão suficientes para as iniciativas. Mas além desse custo de outorga, os compromissos adicionais representam custos pesados de investimentos que a Winity terá que fazer, como mostrou TELETIME nesta análise específica sobre a faixa de 700 MHz. Esses 2.349 trechos de rodovias exigem pelo menos uma ERB por trecho, e alguns deles têm apenas algumas centenas de metros. No valor de referência da Anatel, o custo de uma ERB é de R$ 1,2 milhão.
Já o R$ 1,194 bilhão que será pago ao Tesouro poderá ser dividido pelo mesmo número de anos da licença de exploração do espectro – ou em até 20 parcelas.
A Winity já revelou expectativa de construir 5 mil torres até 2029, com investimentos estimados em R$ 2 bilhões ao longo do processo. A rede nacional da empresa será ofertada para outras operadoras no modelo de atacado.