Oi reduz prejuízo no trimestre e recompõe caixa

A Oi divulgou na noite desta quarta, 9, seus resultados operacionais e financeiros referentes ao terceiro trimestre.  A companhia diz que a recuperação judicial (RJ) contribuiu para a viabilidade operacional, reportando um aumentado do caixa em R$ 2 bilhões comparado ao segundo trimestre, mas caindo 56,5% comparado ao igual período de 2015 e ficando em R$ 7,142 bilhões. Segundo Marco Schroeder, presidente da empresas, só uma parte dessa recuperação de caixa (cerca de R$ 550 milhões) tem relação com a recuperação judicial. O restante decorre de melhorias operacionais e corte de custos, como internalização de equipes técnicas. Ele destaca ainda que a empresa não está sofrendo perda de base além daquilo que o mercado está enfrentando e que a recuperação judicial não teve  nenhum impacto na confiança dos clientes. 

A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,015 bilhão, reduzindo o prejuízo em 1,2% em relação ao terceiro trimestre de 2015. No total de 2016, o prejuízo, entretanto, aumentou 76% e ficou em R$ 3,315 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) foi de R$ 1,645 bilhão no terceiro trimestre, queda de 24,5%. No acumulado do ano, foi de R$ 4,846 bilhões, recuo de 20,4%. A margem EBTIDA caiu 6,2 pontos percentuais (p.p.) no trimestre e 4,9 p.p. nos nove meses, ficando em 25,7% e 24,6%, respectivamente.

Notícias relacionadas

A dívida líquida aumentou 10,6% e ficou em R$ 41,184 bilhões. O aspecto positivo foi a ampliação nos investimentos. O capex aumentou 1,9%, ficando em R$ 1,004 bilhão em setembro. Juntando os três trimestres, totalizou R$ 3,509 bilhões, aumento de 14%, o que é significativo considerando que as demais operadoras reduziram investimentos no período.

Receitas

A receita líquida total da Oi no trimestre caiu 6,3% e totalizou R$ 6,394 bilhões, enquanto no acumulado de janeiro a setembro a queda foi de 4,7%, total de R$ 19,674 bilhões. Fora a Vivo, as outras operadoras também perderam receita.

A receita líquida de serviços caiu 4,9% e 3,8%, totalizando R$ 6,149 bilhões e R$ 18,886 bilhões no trimestre e no acumulado. Dentro desse universo, a unidade residencial obteve receitas de R$ 2,367 bilhões e R$ 7,171 bilhões, queda de 2,9% em ambos o trimestre e o acumulado. Segundo a Oi, a receita de produtos de banda larga e TV apresentaram crescimento de 7,8% e 29,2%, respectivamente.

A receita de mobilidade pessoal caiu 4,9% e 4,2%, ficando em R$ 1,899 bilhão e R$ 5,751 bilhões. Já o segmento corporativo (B2B) totalizou R$ 1,827 bilhão e R$ 5,800 bilhões, apresentando queda de 7,1% e 3,1% no trimestre e nos nove meses. Segundo Schroeder, este é o segmento em que a operadora tem atuado mais fortemente para convencer os clientes de que não existe risco de perda de performance com o processo de recuperação. "Nossos clientes estão confiantes na capacidade da empresa", diz o executivo.

Operacional

O segmento residencial contava com 16,105 milhões de unidades geradoras de receitas (UGRs) no final do terceiro trimestre, um recuo de 2,5% em relação a 2015. Desse total, 9,682 milhões eram de telefonia fixa (queda de 5,2%), 5,164 milhões de banda larga (aumento de 0,5%) e 1,259 milhões em TV paga (avanço de 7,6%). A receita média por usuário (ARPU) foi de R$ 81,5 em setembro, aumento de 2,5% comparado a igual período do ano passado.

De acordo com a Oi, a velocidade média da banda larga fixa dos clientes fechou o trimestre em 6,4 Mbps, um aumento de 23,4% comparado ao terceiro trimestre de 2015 e de 6% comparado ao segundo trimestre de 2016. As adições brutas também mostraram crescimento da velocidade: 24,7% e 13,4%, respectivamente, ficando em 9,1 Mbps. Considerando somente a oferta Oi Total, 66% das adições possuíam velocidade acima de 10 Mbps. A empresa destaca ainda que as vendas de conexões com 15 Mbps ou mais foram 30,1% do total. Uma possível explicação desse avanço seria a ampliação da oferta de VDSL no País, conforme antecipou este noticiário.

No segmento móvel, a Oi totalizou 37,318 milhões de acessos pré-pagos, uma queda de 7,4%. Já os pós-pagos avançaram 0,5% e fecharam setembro com 6,800 milhões. A companhia justifica a queda na receita por conta do corte da VU-M e da menor receita de voz, que teria sido parcialmente compensada com receitas de voz. O ARPU móvel caiu 4,3% e ficou em R$ 16.

A Oi destaca ainda a cobertura 4G em 133 municípios. A tecnologia 2G cobre 3.402 municípios, enquanto a 3G abrange 1.478 cidades. A empresa destaca que trabalha com outras operadoras para o compartilhamento de rede WCDMA e LTE, mas não anunciou novidades.

Qualidade

A Oi voltou a afirmar que, apesar da complexidade da recuperação judicial, tem cumprido os prazos e ritos exigidos, e que as operações e relacionamento com fornecedores e parceiros "continuam evoluindo dentro da normalidade". A empresa também destaca que os números de qualidade têm melhorado, com a diminuição significativa no último trimestre dos índices de reclamação junto à Anatel (de 33% do total para 29%, entre o segundo e o terceiro trimestre) e melhoria dos dados operacionais, como tempo de instalação, resolução de defeitos e queda de 42% nas reclamações junto à agência por questões técnicas.

2 COMENTÁRIOS

  1. Enquanto isso… Título da matéria de Valor Econômico:

    "Oi amplia prejuízo em 7% no terceiro trimestre, para R$ 1,05 bilhão".

    Escolha a sua…

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!