"450 MHz é melhor para banda larga rural; satélite é complementar", diz Qualcomm

O diretor sênior de Relações Governamentais da Qualcomm, Francisco Giacomini Soares, discorda da afirmação da Nokia-Siemens Networks de que a solução de satélite em banda Ka é a melhor alternativa para massificar a Internet na área rural brasileira. “A melhor solução é a usar a faixa de 450 MHz, como pretende o governo brasileiro. É melhor e mais barata. Satélite é um complemento para lugares remotos em que não seja possível instalar uma ERB (estação radiobase)”, defende Giacomini.

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Para o executivo, entretanto, o serviço de banda larga rural é parte de uma política pública, e como tal, deve ter participação do governo com subsídios para que o modelo de negócios do serviço dê certo. “Como a demanda é menor, o business plan de montar uma rede em áreas rurais não vai se pagar. A iniciativa de desoneração para construção de redes já é importante, mas não é suficiente. É preciso subsídios do governo para os usuários, pelo menos em um primeiro momento”, explica.

CDMA

Para Qualcomm, o leilão de 450 MHz para levar banda larga às áreas rurais pode representar a volta do CDMA ao Brasil. Isso porque, segundo Giacomini, embora haja soluções em GSM para esta faixa de frequência, as soluções de maior escala utilizam tecnologias CDMA. “Há redes CDMA em 450 MHz operando na Suécia, na China e na Rússia, utilizando 1xRTT para voz e 1xEVDO Rev.B  para dados, que pode atingir velocidades de 19 Mbps”.

Alcatel-Lucent, Ericsson e Huawei estão entre os fornecedores que têm equipamentos para a faixa de 450 MHz.

2,5 GHz e 700 MHz

Para o executivo da Qualcomm, optar entre a faixa de 2,5 GHz e a de 700 MHz para o lançamento de serviços de quarta geração (4G) não é o entendimento correto. Na opinião de Giacomini, as duas faixas serão necessárias para massificação da 4G no Brasil: a de 2,5 GHz, tem mais espectro e é mais apropriada para áreas mais populosas, com maior demanda; já a faixa de 700 MHz tem maior cobertura e menor capacidade, indicada para regiões mais afastadas dos grandes centros.

“O governo está completamente certo em atribuir as faixas de 2,5 GHz para a 4G e a de 450 MHz para a banda larga rural. O único ponto que preocupa é que, embora a faixa de 700 MHz tenha o cronograma para ser desocupada só em 2016, o governo deve começar o planejamento desde já”, avalia. “Quero acreditar que o governo comece os estudos de atribuição desse espectro de 700 MHz logo após as licitações do começo do ano que vem”, diz o executivo.

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