A conectividade aumentou nas áreas não urbanas do Brasil, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. De acordo com o Indicador de Conectividade Rural (ICR) da ConectarAgro, 23,8% área disponível para uso agrícola no Brasil conta, atualmente, com cobertura 4G e 5G. Em abril, esse percentual era de 19%.
O mesmo estudo também indicou aumento na quantidade de imóveis rurais com cobertura 4G e 5G em áreas destinadas à agropecuária – isso durante os últimos 6 meses. Hoje, o número de imóveis rurais com acesso à quarta ou quinta geração de redes móveis subiu para 43,8%. Anteriormente, esse número era de 37%.
"Além disso, a média do Índice de Conectividade Rural (ICR) por município no País passou de 0,45 para 0,6", diz o relatório. Segundo o ConectarAgro, o crescimento da conectividade em áreas próximas a cidades e rodovias pode ser um dos motivos para o aumento do ICR.
"A presença dessas pequenas propriedades em áreas de 'fácil' acesso tem impulsionado a conectividade, aumentando assim o alcance da cobertura digital rural. Esse movimento de inclusão digital em áreas produtivas reflete diretamente no aumento do Indicador", disse Paola Campiello, presidente da ConectarAGRO.
Estados
O Índice de Conectividade Rural tende a performar melhor nas unidades federativas com menor tamanho geográfico. Isso porque as áreas rurais dessas regiões estão mais próximas da infraestrutura de telecomunicações de centros urbanos. Dessa forma, é mais fácil levar a rede para o campo.
Distrito Federal (0,807), Rio de Janeiro (0,715) e Espírito Santo (0,685) foram os que obtiveram as melhores pontuações no ICR. Já o pior avaliado foi o Amazonas (0,101), o maior estado em território do Brasil – com tamanho superior a todos os nove estados do Nordeste juntos.
Mas há algumas exceções à "regra" descrita acima. O Rio Grande do Sul, mesmo tendo uma grande área territorial, ficou em 4º lugar no ICR (0,638). A nota do estado gaúcho foi próxima à pontuação de Santa Catarina, que obteve 0,637.
Diferenças
O estudo também verificou disparidades no acesso à tecnologia. Isso se deve ao fato de que 39% dos pequenos produtores têm acesso a 4G e 5G em toda a área de produção. No entanto, esse percentual cai para 16,2% entre os médios produtores e apenas 6,4% entre os grandes produtores.
"Em assentamentos da reforma agrária, o acesso à tecnologia 4G e 5G é ainda mais limitado, com apenas 10,4% de cobertura, destacando a vulnerabilidade dessas comunidades", destacou o estudo.