O mercado de conexão satélite-celular pode receber um impulso com o recente anúncio do novo iPhone 16, da Apple. Durante o lançamento do aparelho nesta segunda-feira, 9, a companhia anunciou a capacidade dos usuários enviarem mensagens, mesmo quando o acesso à conectividade móvel ou Wi-Fi não estiver disponível, com ajuda de satélites.
"Você pode enviar e receber mensagens e tapbacks [reações em mensagens] para permanecer conectado com seus amigos e entes queridos enquanto aproveita aquela caminhada fora das áreas de cobertura", disse a VP de produtos e marketing do iPhone, Kaiann Drance.
Os usuários também poderão enviar mensagens SMS via satélite para pessoas que não estão no iMessage (como usuários do ecossistema Android, por exemplo).
A capacidade de conexão direta do dispositivo da Apple com a frota de satélites da operadora Globalstar está disponível desde o iPhone 14, lançado em 2022. Mas, até então, o recurso estava limitado apenas ao SOS de emergência. Durante a última conferência anual de desenvolvedores da companhia (WWDC 24) a companhia antecipou que as mensagens via satélite chegariam.
Com a liberação do novo iOS 18 neste mês de setembro, as mensagens via satélite também chegam aos modelos de iPhone 14 e 15. Mas por enquanto, esse recurso está limitado a um quadro de 17 países – dos quais o Brasil não está incluído, apesar dos satélites da Globalstar terem autorização de exploração expedida pela Anatal.
Neste fim de semana, o analista de mercado Ming-Chi Kuo publicou um relatório no qual prevê que as remessas globais do iPhone 16 em 2024 fiquem na faixa de 89 milhões de unidades. De acordo com ele, só na pré-venda, a Apple deve comercializar entre 15 e 17 milhões do novo modelo equipado com conexão satélite-celular.
Mercado de satélites
Em março, um relatório da NSR (divisão da consultoria Analysys Mason) fez uma previsão de que o mercado de satélites D2D (direto para dispositivo) pode gerar uma receita cumulativa de US$ 137 bilhões com a oferta de serviços entre 2022 e 2032.
Para isso, no entanto, o relatório apontou que devem existir fases até que o setor consiga atingir todo o potencial. A fase inicial seriam os serviços de emergências e a seguinte, as mensagens de texto. Na trilha de evolução futura da tecnologia estão voz via satélite e dados.