O conselho diretor da Anatel aprovou por unanimidade na reunião desta quinta-feira, 9, o direito de exploração de satélite estrangeiro à Viasat. A operadora norte-americana utilizará a posição orbital de 89º Oeste para o futuro ViaSat-3, que cobrirá todas as Américas, pelo prazo de 15 anos.
Trata-se de uma segunda posição orbital. Em maio, a companhia já havia obtido autorização do conselho de direito de exploração de satélite estrangeiro para 79º Oeste. Possivelmente poderão ter um satélite adicional na posição, apurou TELETIME.
Havia ainda uma terceira tentativa de posição orbital em 70º Oeste, que a Viasat pretendia obter junto à Anatel. A agência, porém, negou o pedido ao conceder à Claro o direito em setembro de 2020. A operadora já lançou o satélite Star One D2, e ele se encontra em órbita.
Frequências
Conforme o voto do relator, o conselheiro Emmanoel Campelo, o valor a ser pago para o direito, conforme o art. 4º do regulamento do preço público do direito de exploração de satélite (RPPDES), é de R$ 102,6 mil.
Assim como do processo de maio, a companhia vai atuar com banda Ka nas faixas de 17,7-20,2 GHz para o enlace de descida e 27,5-30 GHz para o enlace de subida. A Viasat terá de usar filtros de recepção nas estações terrenas associadas ao satélite para se protegerem de interferências nas emissões do enlace de descida da banda Ka.
A área técnica (Gerência de Outorga e Licenciamento de Estações – ORLE) da Anatel deu parecer favorável à aprovação, mas considerou importante ressaltar que a faixa de 27-27,5 GHz será licitada para operação do serviço móvel ou fixo, enquanto a de 27,5-27,9 GHz poderá admitir operação de redes terrestres, "inclusive redes privativas 5G".
A Viasat espera poder lançar o ViaSat-3 no primeiro semestre de 2022. Ele é o primeiro da classe, que tem como objetivo cobrir boa parte do planeta, em uma aposta clara no modelo tradicional de órbita geoestacionária. O segundo artefato, que cobrirá a Europa, Oriente Médio e África, deverá ser lançado no final do ano fiscal de 2022.
A expectativa da operadora é que cada artefato tenha mais de 20 kW de potência de carga útil, fornecendo mais do que 3 Tbps combinados. Esse desempenho vai permitir à Viasat ampliar em oito vezes a capacidade atual.