Após o conselheiro da Anatel, Emmanoel Campelo, subir o tom e apontar indícios de possível fraude em licitação por conta do acordo Winity/Vivo, a Winity refutou a hipótese e afirmou que seu modelo de negócios incluirá acordos "com toda a indústria de telecomunicações".
Em nota enviada ao TELETIME, a operadora de atacado do fundo Pátria apontou que participou do leilão de 2021 "cumprindo absolutamente todas as regras do edital" e por atender aos objetivos estabelecidos pelo certame. A Winity adquiriu 10+10 MHz de espectro nacional em 700 MHz, pagando mais de R$ 1,4 bilhão entre dinheiro e compromissos de cobertura 4G.
"A empresa refuta qualquer hipótese de fraude no processo licitatório. A Winity está implantando um modelo de operação móvel de atacado, que envolve a construção de rede e compartilhamento dessa rede para viabilizar expansão de cobertura e capacidade de seus clientes – operadoras nacionais e regionais – que por fim atenderão os clientes finais. O modelo de negócio da Winity então se desenvolverá por meio de acordos industriais com toda a indústria de telecomunicações".
Na última segunda-feira, 8, um acordo entre a empresa e a Vivo foi comunicado ao mercado. Pelo termos, a Winity fornecerá 5+5 MHz do 700 MHz em 1,1 mil cidades por até 20 anos e até 3,5 mil sites para expansão da cobertura móvel da Vivo. No sentido contrário, a Winity assinou um contrato de roaming com a parceira, "que poderá evoluir para RAN Sharing em função do tráfego cursado".
O processo depende de aprovação do Cade e da Anatel, onde um pedido de anuência prévia está protocolado desde o final de maio. Como reportado por TELETIME, o acordo despertou preocupações concorrenciais na agência. Nesta terça-feira, 9, o conselheiro da Anatel, Emmanoel Campelo, levantou a hipótese do arranjo entre Vivo e Winity existir desde antes do leilão.
"O edital previa uma limitação para a entrada das operadoras de 700 MHz no lote vencido pela Winity. Se já havia um acordo anterior entre as empresas, isso pode ser caracterizado como uma fraude. Por isso vamos ter que olhar com muito cuidado essa operação", assinalou Campelo, reiterando que existe ainda um longo processo pela frente, mas que existem indícios que merecem a atenção especial da Anatel, sem dar detalhes das informações colhidas pela agência até aqui.
Também nesta terça-feira, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que o acordo de compartilhamento recíproco de elementos de rede entre Vivo e Winity passará por análise criteriosa dentro da agência.
Veja a nota da Winity na íntegra:
Comunicado à imprensa
"A Winity (integrada pela Winity S.A., seu braço de infraestrutura passiva, e Winity II Telecom Ltda., operadora independente de infraestrutura de rede móvel no mercado de atacado) esclarece que participou do Leilão do 5G em novembro de 2021 cumprindo absolutamente todas as regras do edital.
Como empresa integrante do Pátria Investimento, a Winity segue os mais rígidos padrões de compliance, tendo arrematado a faixa do espectro de 700 MHz do leilão por atender aos objetivos estabelecidos pelo edital.
A empresa refuta qualquer hipótese de fraude no processo licitatório.
A Winity está implantando um modelo de operação móvel de atacado, que envolve a construção de rede e compartilhamento dessa rede para viabilizar expansão de cobertura e capacidade de seus clientes – operadoras nacionais e regionais – que por fim atenderão os clientes finais. O modelo de negócio da Winity então se desenvolverá por meio de acordos industriais com toda a indústria de telecomunicações".
Winity