Legislação que inclui cerca de US$ 52,7 bilhões em financiamento para a indústria norte-americana de semicondutores, a CHIPS and Science Act foi sancionada nesta terça-feira, 9, pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Apresentada pelo governo do país há quase dois anos, a política foi aprovada no final de julho pelo congresso norte-americano, após diversas rodadas de discussão e modificações. Segundo a Casa Branca, a nova lei permitirá que os Estados Unidos "façam frente à China" no mercado internacional de chips.
Na versão final do texto, os subsídios devem incluir US$ 39 bilhões para a construção de novas fábricas de semicondutores no mercado norte-americano, incluindo US$ 2 bilhões para a fabricação de tecnologias legadas utilizadas nos setores automotivos e de defesa.
Também estão previstos US$ 13,2 bilhões para aportes em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e US$ 500 milhões para investimentos em segurança da informação na cadeia. Em paralelo, a lei ainda estabelece benefícios fiscais para fabricantes de semicondutores e de equipamentos especializados. Essa desoneração pode alcançar US$ 24 bilhões, de acordo com estimativas.
"O CHIPS and Science Act […] garantirá a liderança na tecnologia que forma a fundação de tudo – desde automóveis a eletrodomésticos até sistemas de defesa. Os Estados Unidos inventaram o semicondutor, mas hoje produzem cerca de 10% da oferta mundial – e nenhum dos chips mais avançados. Em vez disso, dependemos do Leste Asiático para 75% da produção global", apontou a Casa Branca, em release publicado nesta terça-feira.
Ainda de acordo com o governo federal norte-americano, "tais recursos também vêm com fortes salvaguardas, garantindo que os destinatários não construam certas instalações na China e em outros países de preocupação". Desde que os Estados Unidos começaram a sancionar empresas chinesas do setor, o país asiático tem dado importantes passos rumo à autossuficiência no segmento.
Empresas
Segundo a Casa Branca, investimentos privados anunciados nesta semana pela cadeia de semicondutores já tem relação direta com a aprovação da nova lei sancionada nesta terça-feira.
Entre eles, a extensão da parceria entre a Qualcomm e a GlobalFoundries, em negócio de US$ 4,2 bilhões que permitirá a expansão de planta da segunda em Nova York, para fabricação de produtos da primeira. Na mesma linha, um anúncio da Micron para investimento de US$ 40 bilhões na manufatura de chips de memória também foi comemorado. Há expectativa que o aporte gere 40 mil empregos no país.