América Móvil oferece 7,2 bilhões de euros pela holandesa KPN

A América Móvil anunciou nesta sexta-feira, 9, na comissão de valores mobiliários dos EUA (SEC) a oferta pública de compra de 100% das ações do grupo KPN pelo preço de 2,40 euros, totalizando 7,2 bilhões de euros, o que seria um valor 35,4% acima da média do papel da holandesa nos últimos 30 dias. Por sua vez, o board da KPN também divulgou nota na qual afirma que vai "cuidadosamente considerar a oferta", observando as condições de continuidade de negócios da empresa, mas considerando o interesse de todos os acionistas ao "explorar todas as opções estratégicas abertas".

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A América Móvil havia anunciado o término de um acordo com a KPN no final de julho, no qual mantinha o compromisso de permanecer com menos de 30% do capital da companhia holandesa. Com isso, o caminho ficou livre para fazer uma oferta pública. O grupo mexicano, que no Brasil controla a Claro, Embratel, Net e Star One, lembra que o investimento anterior na KPN foi o primeiro fora das Américas, e que a intenção de compra se deve à estratégia de "diversificação geográfica para criar retorno atrativo de longo prazo para seus acionistas". O objetivo é "facilitar maior cooperação e coordenação operacional entre as duas companhias, explorar todas as áreas de potenciais parcerias e intensificar a realização de potencial sinergia para ambas as empresas".

A companhia do bilionário Carlos Slim afirma ter explicado a proposta de transação para representantes da KPN. Mesmo assim, convidou a diretoria do grupo holandês para uma reunião "o quanto antes possível" para discutir a oferta e os potenciais termos. Entre as condições impostas na transação, a América Móvil exige que detenha diretamente ou indiretamente mais de 50% dos direitos de voto exercíveis em assembleias de acionistas da KPN. A mexicana vai submeter a oferta à aprovação da autoridade reguladora do mercado financeiro da Holanda (AFM). A publicação da oferta, após uma eventual aprovação, deverá acontecer ainda em setembro deste ano.

Dessa forma, o destino da E-Plus, operadora móvel alemã controlada pela KPN, será reavaliado e, possivelmente, sua aquisição pela Telefónica frustrada. Também em julho, a Telefónica Deutschland ofereceu pela E-Plus 5 bilhões de euros e 17,6% de participação no braço alemão do grupo espanhol. "A América Móvil está avaliando cuidadosamente os méritos da proposta transação e fará uma determinação final em relação ao exercício de direitos de voto na futura assembleia geral extraordinária da KPN", disse a companhia mexicana no comunicado. A KPN informou que se reunirá "nas próximas semanas" para discutir o caso.

A América Móvil assegura que, mesmo com a possível aquisição, manterá "uma posição financeira sólida, continuando com futuros investimentos em telecomunicações e em setores relacionados nas Américas".

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