Consumidor brasileiro ainda impõe barreiras ao mobile commerce

Enquanto nos Estados Unidos a utilização de plataformas móveis no comércio já é uma realidade, no Brasil a modalidade de varejo eletrônico ainda precisa transpor barreiras. De acordo com levantamento do Ibope, 43% de um universo de 4.600 pessoas (maiores de 18 anos) reclamam do tamanho da tela, enquanto 41% alegam que a visibilidade da imagem prejudica o mobile commerce. A pesquisa, realizada entre 25 de abril a 2 de maio de 2012, foi divulgada nesta quinta-feira, 9, durante o MMA Mobile Day em Sâo Paulo.

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“Obviamente, quando se tem um tablet, esses problemas não afetam tanto, mas, infelizmente, o problema é ruim com os smartphones”, conta a diretora executiva do Ibope, Fábia Juliasz. Há outros problemas apontados pelos entrevistados além do tamanho da tela: 31% citam a velocidade de conexão, 28% a boa navegação e usabilidade e 26% se preocupam com a segurança dos dados financeiros.  “Mas, principalmente, a percepção da qualidade da telefonia tem de mudar”, ressalta.

Enquanto isso, os EUA vivem uma realidade bem diferente: 89% dos norte-americanos utilizam celulares enquanto compram em lojas físicas.  Desses, 79% dos consumidores já efetuaram uma compra por celular ou tablet, 40% compararam preços enquanto estavam em um estabelecimento, 25% buscaram por cupons ou os utilizaram, 18% recorreram a serviço de geolocalização para encontrar uma loja e 8% efetuaram o pagamento de bens e/ou serviços em sistemas de ponto de venda (POS, na sigla em inglês) em uma loja.

Iniciativas com aplicativos

Para a diretora de marketing para a América Latina na Hotels.com, Carolina Piber, existe uma oportunidade diferenciada no mobile commerce, pois o perfil do consumo de quem utiliza o aplicativo do site de reservas hoteleiras para telefones inteligentes é mais atrativo do que quem recorre à plataforma online convencional pelo PC. Segundo ela, quem utiliza o smartphone na operação “tem 50% mais chance de voltar do que quem fez pelo computador”.

Citando números também dos Estados Unidos referentes a junho deste ano, o turista comum que usa o aplicativo para efetuar reserva corresponde a 26% do total, crescendo para 36% quando se trata de viagem de negócios. Nesse universo, 60% das reservas são para o mesmo dia. “É preciso garantir que tudo seja feito, somos um site de transações”, ressalta Carolina.

No Brasil, uma experiência de m-commerce tem ganhado destaque recente: André Nazaré, fundador da startup Meu Carrinho. Ganhador de um concurso realizado pela Buscapé Company em agosto de 2011, o empreendedor conseguiu um prêmio de R$ 1 milhão para desenvolver um aplicativo de lista de compras e comparação de preços para clientes em supermercados. Lançado em janeiro deste ano, o app para iOS, Android e web chegou a se posicionar em segundo lugar na App Store brasileira.

Por enquanto, o modelo de negócios está mais preocupado em levar a experiência certa ao consumidor do que visar um retorno imediato, embora exista a intenção em curto prazo de trabalhar com publicidade e patrocínio, além de receita com ofertas. “É um processo de erro e acerto. Para a indústria, a gente tem se configurado como um novo canal de comunicação no ponto de venda”, diz Nazaré.  “A gente realmente acredita que as pessoas vão usar mais o celular no supermercado”, finaliza.

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